Causa importante de morbidade e mortalidade em idosos, a fratura de fêmur nessa faixa etária está recebendo atenção especial no Hospital Irmã Dulce. A preocupação com o quadro em Praia Grande e com complicações às quais os pacientes ficam expostos enquanto aguardam por vagas está mobilizando equipes do complexo de saúde na agilização das internações: um protocolo especial de atendimento, com classificação de risco e avaliação multidisciplinar, está sendo usado em idosos para agilizar o agendamento cirúrgico.
A checagem é feita por uma equipe composta por médicos ortopedistas, intensivistas, clínicos geriatras, anestesistas e profissionais envolvidos no suporte fisioterapêutico respiratório. De acordo com o coordenador do Serviço de Traumatologia e Ortopedia do Complexo, Alexandre Masullo, 50% dos leitos do setor são ocupados por idosos com fraturas de fêmur. “São pessoas com comorbidades como hipertensão, diabetes ou alzheimer, que necessitam de maiores cuidados clínicos e que não podem passar muito tempo acamadas”, disse. O problema se agrava com a intensa procura por atendimento, já que o Município recebe pacientes de várias cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista.
Idosos com histórico de saúde mais frágil, com patologias pregressas como insuficiência renal crônica, problemas cardiorrespiratórios e outros, estão sendo priorizados no agendamento de cirurgias. “O objetivo é evitar que o paciente nestas condições acabe adquirindo complicações tais como infecções do trato urinário, escaras ou pneumonia, o que dificulta muito sua recuperação”, enfatizou Masullo.
Conforme o médico, “em condições normais, após passar por cirurgia, um idoso fica um dia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mais um dia na enfermaria, recebendo alta hospitalar no terceiro dia”, afirma.
Causa – Fraturas de fêmur acometem mais idosos do que pessoas jovens porque os primeiros estão mais suscetíveis à osteoporose, que torna os ossos frágeis e quebradiços em regiões que recebem maior carga do corpo. Ainda de acordo com o médico, não é geralmente a queda que provoca a fratura. “A fratura acontece próximo à cabeça do fêmur, que sofre maior carga, e não no meio ou embaixo do osso como muitos pensam. E, em geral, é a fratura que ocasiona a queda”, destaca o traumatologista.
Especialistas recomendam boa alimentação, rica em cálcio, e exposição ao sol (sem excesso) como forma de garantir a resistência dos ossos e para afastar o risco da osteoporose. Os cuidados preventivos devem ocorrer já na infância. Ter pouco leite na alimentação, alto consumo de refrigerantes, falta de exercícios físicos, consumo reduzido de frutas e legumes e abuso na ingestão de complexos vitamínicos são fatores que podem contribuir para o surgimento da doença.
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