A situação mudou agora, quando o juiz federal Sérgio Moro decretou a segunda prisão de Dirceu, também por corrupção, na Operação Lava Jato, que apura a roubalheira desenfreada ocorrida na Petrobras durante os governos petistas. Não se trata apenas de saquear o Estado por um projeto político, mas, também, de enriquecimento pessoal e, é claro, ilícito.
O fato é que “o guerreiro do povo brasileiro” sucumbiu às benesses do poder e passou a tratar o Estado como propriedade privada, obtendo, para si, vantagens indevidas, no caso, mais de 39 milhões de reais, recebidos a título de “consultoria”. Segundo as denúncias, que motivaram a nova prisão, Dirceu mantinha uma consultoria de fachada para receber recursos dos contratos superfaturados de empreiteiros com a Petrobras. Junto com Dirceu foram presos seu irmão, Luiz Eduardo, e um assessor.
José Dirceu era um ícone no PT. Ministro e homem forte no primeiro governo Lula, provavelmente só não chegou à presidência da República porque trombou com Roberto Jefferson, o delator do mensalão. Ao que tudo indica, a primeira prisão não foi suficiente e ele teria continuado a participar de um esquema semelhante, desta vez na Petrobras.
O fim de um mito da esquerda não joga apenas José Dirceu na cadeia, como destrói sua reputação entre os que o consideravam um “guerreiro” e mancha definitiva e irreversivelmente sua biografia. Revela, ainda, que a vaidade, arrogância e soberba não têm limites e evidenciam toda a fragilidade da alma humana.
Na cadeia, onde certamente permanecerá por muito tempo, Dirceu, no outono da vida, deve estar se questionando: Valeu a pena?
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