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A advocacia merece respeito

30/07/2015Da Redação
A advocacia merece respeito | Jornal da Orla
Se você precisasse se defender de alguma violência ou injúria, quem procuraria? Um advogado ou um conhecedor de vinhos (sommelier)? Para o deputado Eduardo Cunha (PMDB), a segunda opção, já que fez da Ordem dos Advogados do Brasil, alvo de achaques (porque ataques teóricos têm que estar solidamente embasados). Cunha considera absurdo o grau de exigência que a OAB tem para qualificar seus profissionais, porém, é de sua autoria a lei que regulamenta a profissão de sommelier: “é fundamental a qualificação dos seus profissionais, que, no Brasil, precisam se igualar aos do exterior”. Para defender o cidadão e a Democracia, esta qualidade não é importante? 

Na segunda (06/07), Eduardo Cunha tentou baixar a OAB ao seu grau de entendimento, chamando a instituição de “cartel” e apontando situações específicas da profissão, entre elas, o exame de Ordem, que se exige, sim, o conhecimento jurídico para segurança do próprio profissional e de seu cliente. Segundo Cunha, a OAB não tem credibilidade. Políticos, como ele que, ao ter seu parecer sobre o Novo Código de Processo Civil questionado pela OAB, por não ter formação jurídica, têm esta credibilidade? 

A quem interessa uma Advocacia fraca? A quem interessa que o saber jurídico seja “re-interpretado” segundo convescotes oportunistas? Cunha defende o aporte financeiro empresarial de partidos e políticos. A OAB não. Cunha defende a maioridade penal de 16 anos: abastecer os presídios é a única solução?

A quem interessa uma sociedade combalida? Com certeza não para aqueles que, com dificuldade financeira, conseguem terminar a Faculdade de Direito, buscam todo o tipo de informação para se prepararem para o Exame. Sabem que, ao passarem, farão parte de um grupo de profissionais comprometidos com a sociedade e que, por isso mesmo, serão duramente atacados. 

Nós, da diretoria da OAB Santos, criamos a Campanha Orgulho de ser Advogado como resposta à manipulação da opinião, que vem ganhando contornos perigosos já há algum tempo. Questiona-se a função do advogado, como se o saber jurídico pudesse ser conquistado em fichas de resumo, vindas em encartes semanais de  jornal. 

Se o vinho requer qualidade para sua apreciação, mais ainda nossa sociedade tão humilhada e vulgarizada em sua Casa de Leis, esta mesma tantas vezes protegida pela Ordem dos Advogados do Brasil.