TV em Transe

A voz dos obtusos – Parte 2

09/07/2015 Christian Moreno
A voz dos obtusos – Parte 2 | Jornal da Orla
Semana passada destaquei a “escalada dos obtusos” – e é impressionante a quantidade de casos lamentáveis que se atropelam. 

Tanto que eu deixei para a coluna de hoje um dos mais absurdos deles: a humilhação sofrida por um imigrante haitiano enquanto exercia dignamente seu trabalho como frentista num posto de gasolina em Canoas, Rio Grande do Sul. 

No “CQC”, da Band, o repórter Juliano Dip entrevistou primeiro a vítima do ato de xenofobia e, depois, o ignorante que o destratou e ainda postou o vídeo do crime na internet. Aliás, deve-se mencionar o excelente trabalho do jornalista. Já o intolerante responsável por essa boçalidade, Daniel Barbosa, possui antecedentes por roubo e sequestro.

Falando em boçais, que tal um que atende pelo nome de Igor Gilly? Brasileiro sem ocupação que mora com os pais em São Francisco, nos EUA, ele driblou a segurança da presidente da República para xingá-la de assassina, vagabunda e pilantra. Em uma carta, o professor Paulo Blikstein, da Universidade de Stanford – onde ocorreu o ataque – ressaltou que “entre erros e acertos do governo e da oposição, há um erro que ambos devem evitar a todo custo: ignorar o perigo do crescimento desse tipo de ideologia violenta e fascista, normalmente acompanhada de homofobia e racismo”.

Falando em racismo, o absurdo envolvendo a jornalista Maju Coutinho, da Rede Globo, xingada de todas as formas na página do “Jornal Nacional” no facebook. O ataque teria vindo de um grupo fechado chamado WarninG, formado basicamente por adolescentes, cuja intenção é se “divertir” atacando páginas muito acessadas ou perfis de pessoas famosas. Em suas ações, obviamente, usam nomes falsos. 

Intolerância, xenofobia, misoginia, racismo. Vou repetir: vivemos um vale tudo em que confunde-se liberdade e democracia com falta de limites e de respeito.


 
E pra completar – Assistindo ao “Domingo Espetacular”, na Record, deparei-me com o mais recente caso de exploração de menores, aliado à pornografia, no funk brazuca. Trata-se do MC Vilãozinho, que do alto de seus 6 anos de idade causa no Youtube com a canção “Tapa na bunda”. Um dos trechos diz: “e pro Vilãozinho, vem de perna aberta”.

O pai do garoto resvalou na homofobia ao defender-se: “meu filho pode ver homens se beijando na tevê e não pode cantar tapa na bunda?”. O cidadão ainda tirou a criança da escola, que agora estuda em casa.

Que belo futuro nos aguarda…