O sofrimento do povo brasileiro parece não ter fim. Além de o país estar nas mãos de uma presidente que já se mostrou incapaz de gerir os destinos da Nação e por isso amarga uma popularidade inferior a 9%, o Congresso Nacional mostra, mais uma vez, que não tem o menor compromisso com o conjunto da sociedade. Desta vez é o Senado da República que aprova um reajuste salarial, que vai de 53% a 79%, para servidores do Poder Judiciário. Um descalabro que, se for levado à frente, vai custar R$ 25,7 bilhões ao contribuinte nos próximos quatro anos. Quase três vezes mais o que foi negado aos aposentados. Uma vergonha!

Os funcionários do Judiciário, vale destacar, já são os servidores mais bem pagos do país. Somos obrigados a reconhecer que desta vez houve um lampejo de razão por parte de um integrante do governo Dilma Rousseff, coisa rara, registre-se. Trata-se do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para quem o reajuste aprovado pelo Senado é incompatível com um momento em que a “sociedade brasileira está passando por ajustes, em que várias empresas estão passando por dificuldades e o desemprego sobe”.

Segundo o ministro, a presidente vai vetar o aumento. O risco é que esse veto seja derrubado, haja vista a fraqueza política da atual chefe do governo, o que implicaria em mais sacrifícios para o contribuinte.

É fato que o governo petista jogou o país na sua mais grave crise, política e econômica, dos últimos anos, ao adotar políticas irresponsáveis e de ver seu partido envolvido no maior escândalo de roubalheira que se tem notícia, o chamado petrolão. Mas isso não dá ao Congresso o direito de jogar mais combustível na fogueira e aprovar iniciativas que vão beneficiar uma parcela de servidores em detrimento de milhões de brasileiros, que já sofrem com a crise econômica.

A sociedade brasileira precisa reagir ou estará abrindo mão de oferecer um futuro de oportunidades para seus filhos. E a reação tem de vir já, pois o Congresso Nacional, com raras exceções, está se transformando em um imenso balcão de negócios, que se aproveita de um governo incompetente e fraco. Basta!