Notícias

Melatonina

22/06/2015Da Redação
Melatonina | Jornal da Orla
A manipulação e comercialização da melatonina não é permitida no Brasil. No ano de 2000, a Anvisa havia proibido totalmente o seu uso no país, por meio de uma resolução. Em 2006, essa norma foi revogada e, aparentemente, só não há esse produto disponível por aqui porque nenhum laboratório resolveu registrá-lo. A melatonina é aprovada como suplemento dietético nos EUA como derivado da glândula pineal de animais. Esses produtos não tem um modo de manipulação regulado pela agência norte-americana, FDA. A glândula pineal, está no centro do cérebro dos humanos e dos animais.

Diferentemente, na Europa há um produto com melatonina sintética indicada para alguns tipos de distúrbios do sono. A melatonina é um hormônio que a glândula pineal produz em função do ciclo claro-escuro. Desse modo, ao circular pelo sangue em maior quantidade, “informa” ao organismo que é noite e modifica o metabolismo para o descanso noturno.

A sua produção vai decaindo com a idade e modificando o padrão de sono nos idosos. Já, os deficientes visuais são mais predispostos aos distúrbios do sono pela ausência óbvia do ciclo claro-escuro. Um pesquisador brasileiro apresenta resultados importantes da melatonina controlando o peso corpóreo. Além disso, há evidências que tem papel importante no controle da pressão arterial e da glicemia (quantidade de açúcar no sangue).

Para que a melatonina endógena seja produzida, é necessária a escuridão. Luzes de TV, computadores ou smartphone diminuiriam a produção desse hormônio, principalmente após às 20h. Os hábitos noturnos adquiridos culturalmente podem ser um dos fatores que promoveram a epidemia da obesidade, diabetes e hipertensão no Brasil e no mundo.

Como todo hormônio, precisa ser usado com bastante critério. Como regulador do sono, o medicamento europeu é indicado pelo período máximo de 13 semanas, devendo ser administrado sempre no período noturno, uma ou duas horas antes de dormir. Ao fazer usos fora desse horário, pode induzir sonolência e risco de manipulação de veículos e máquinas. Ele é mais efetivo em pessoas com mais de 55 anos, quando é sabido que a melatonina endógena é menos produzida. Como medicamento, apresenta baixos níveis de reações adversas, com mais frequência cefaleia e problemas articulares, mas poderá apresenta outras mais raramente, desde mudança de comportamento até hipertensão. Além dos insones, a melatonina está sendo estudada em trabalhadores em turno e para alterações bruscas de fuso horário, como em viagens e mudança de horários de verão.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.