Desde a Antiguidade, a dança é considerada uma das três principais artes cênicas, ao lado do teatro e da música. Seus efeitos benéficos ao corpo humano foram comprovados pela ciência e, atualmente, utiliza-se muitas vezes como técnica na recuperação de pacientes com sequelas neurológicas.
Atenta às inovações na medicina, a Prefeitura de Guarujá proporciona aulas de dança a pacientes com a Mal de Parkinson, neurotoxoplasmose e pacientes com sequelas decorrentes de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A ação é da Coordenadoria de Fisioterapia da Secretaria Municipal de Saúde.
O método utilizado envolve técnica de coordenação motora, ritmo, memória, trabalhando diretamente os músculos e a percepção corporal. As aulas acontecem às quintas-feiras, a partir das 14h30, no Centro de Atividades Educacionais e Comunitárias (Caec) Isabel Ortega – Avenida Manoel da Cruz Michael, 333 – Santa Rosa. O projeto teve início em agosto de 2014, como ferramenta auxiliar no tratamento dos pacientes redicivantes, ou seja, aqueles que não se recuperaram completamente na reabilitação fisioterápica.
Os participantes são encaminhados pela fisioterapia de Guarujá ou Vicente de Carvalho. Durante o tratamento recebem orientação da professora de dança Rosângela Cortez, atendimento da psicóloga Denise Seguim e auxílio da fisioterapeuta Ana Renata Braga.
A atividade é realizada de forma adaptada, ao som de músicas instrumentais, contando com ajuda de cadeiras e barras. Além dos pacientes, participam também seus cuidadores. Antes do início da aula, o grupo se reúne em circulo para conversarem com as profissionais de saúde e participarem de jogos que exercitam a memória e a fala.
Sobre o apoio psicológico desenvolvido com os pacientes, Denise explica o método aplicado. “Eles chegam aqui se sentindo envergonhados pelas limitações em que se encontram. Meu papel é de ensinar conceitos relacionados à autoestima, fazendo-os mudar assim, diminuindo o preconceito consigo mesmos. Agora aprenderam a gostar e se aceitar como são, porque o que importa é o que penso de mim, não o que os outros pensam”, disse a psicóloga, que faz sensibilização para que se sintam capazes de realizar coisas.
Além de recuperação física, o intuito das aulas é inserir os pacientes ao convívio social, tornando-os participantes de outras modalidades do CAEC que sejam dentro de suas limitações. “O objetivo é que eles não voltem ao centro de reabilitação, mas, sim, para a prática de esportes ou atividades que criem sociabilidade”, disse a fisioterapeuta Ana Renata.
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