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Dia Mundial Sem Tabaco

30/05/2015Da Redação
Dia Mundial Sem Tabaco | Jornal da Orla
A data de 31 de maio foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial Sem Tabaco, com o intuito de alertar a população sobre os perigos do fumo. Até o século XX, a maior parte dos óbitos ocorria em função de doenças infectocontagiosas, mas hoje o quadro é bem diferente e o cigarro surge como um dos pilares das chamadas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs), que, segundo a OMS, já são responsáveis por mais de 60% das mortes ocorridas neste início de século.

“Embora o cigarro tenha sido bastante combatido nos últimos anos, ele ainda está entre as principais causas das doenças crônicas não transmissíveis. Por isso, podemos afirmar que ele contribui ativamente com a taxa de mortalidade gerada em função do problema que abrange também hipertensão, diabetes, obesidade e câncer de diferentes tipos”, afirma a psicóloga Silvia Cury, coordenadora do Programa de Controle do Fumo do Hospital do Coração (HCor). Segundo ela, são doenças provocadas, basicamente, pela má alimentação e por hábitos prejudiciais à saúde, como o alco-olismo e, principalmente, o tabagismo. 
 
Número de fumantes tem redução de 30,7% no Brasil
No Brasil, levantamento do Ministério da Saúde traz como boa notícia a redução de 30,7% no número de fumantes no país nos últimos nove anos. Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2014, serviço ligado à pasta, 10,8% da população brasileira são de fumantes. Em 2006, o índice chegava a 15,6%.

A meta do governo é chegar a 9,1% de fumantes no Brasil até 2020. De acordo com o estudo, o hábito de fumar é mais comum entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%). O levantamento mostra ainda que 21% dos brasileiros se declaram ex-fumantes.

A faixa etária que mais consome cigarros é de pessoas entre 45 e 54 anos (13,2%). A que menos faz uso deles é a que vai dos 18 aos 24 anos (7,8%). A experimentação entre adolescentes de 13 a 15 anos caiu de 24,2%, em 2009, para 19,6%, em 2012.
200 mil mortes por ano – O vício do cigarro causa 200 mil mortes por ano no Brasil. A informação é do Ministério da Saúde, que relaciona o tabaco a 90% dos casos de câncer de pulmão, 25% das mortes por anginas e por infartos do miocárdio, 45% das mortes por infartos em pessoas com menos de 65 anos, 85% das mortes por bronquite crônica e enfisema pulmonar. Estima-se que este ano 27.330 novos casos de câncer de pulmão devam surgir no país.

“Além de ser incentivado por fatores socioculturais, o tabagista geralmente tem um perfil permeado por ansiedade, depressão, estresse, emoções negativas e positivas. Por isso, é importante junto ao tratamento medicamentoso associar o acompanhamento psicológico”, explica a psicóloga Silvia Cury.

Campanha – O Ministério da Saúde fará uma nova campanha contra o tabagismo, que terá o vermelho como cor principal, alertando a população sobre os danos causados pelo cigarro e derivados do tabaco. Ela será veiculada na internet, no rádio e em meios impressos.

Na avaliação do governo, entre as medidas que contribuíram para a redução no número e fumantes estão a política de preços mínimos, proibição da propaganda de cigarro, proibição do fumo em ambientes fechados de uso coletivo, o aumento da taxação de maços e o aumento das advertências em embalagens.
 
Alimentos e bebidas que ajudam a parar de fumar
As dicas de alimentos que ajudam a inibir a vontade de acender um cigarro são da nutricionista Paula Castilho, da rede de produtos naturais Nação Verde:

Aposte no leite e em derivados – O leite é um importante aliado, já que sua ingestão altera o sabor do cigarro. Além disso, estimula a produção de serotonina, o nosso hormônio da tranquilidade, que  inibe a ansiedade do fumo.  

Invista no levedo de cerveja – O levedo de cerveja é uma das maiores fontes naturais de vitaminas do complexo B. “Essas substâncias agem no sistema nervoso controlando a ansiedade causada pela falta de nicotina, o que auxilia quem está largando o vício”, explica a nutricionista. O suplemento pode ser consumido em pó ou em cápsulas.

Tome suco de laranja – Quando fumamos regularmente, perdemos uma grande quantidade de vitamina C, e nosso corpo costuma compensar essa falta com alguns elementos não naturais que recebem da nicotina. “É por isso que, para pararmos de fumar de maneira mais rápida, é muito importante começarmos a receber mais vitamina C por meio do consumo de sucos cítricos”, orienta Paula Castilho.

Coma brócolis – O alimento é importante na prevenção de doenças pulmonares. Ele tem fibras que ajudam a produzir mais serotonina no momento da digestão. “O brócolis ajuda principalmente quem gosta de fumar depois do almoço ou jantar”, diz a nutricionista.

Consuma aveia e arroz integral – Devido ao alto conteúdo de selênio, mineral com grande poder antioxidante, a aveia e o arroz integral eliminam radicais livres provocados pelo fumo. ” 

Beba água – É fundamental beber muita água. A bebida ajuda o organismo a aumentar a frequência urinária, o que contribui para eliminar toxinas.
 
Atendimento ao fumante em Santos é gratuito
Em Santos, o Programa Municipal de Atenção Intensiva ao Tabagista, ligado à Secretaria da Saúde, funciona nas policlínicas do Embaré, Gonzaga e Ponta da Praia e na Ambesp Centro e Zona Noroeste. O atendimento gratuito é prestado por equipes compostas por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. 

“Trabalhamos com a abordagem comportamental e cognitiva, além da medicação prevista pelo Ministério, conforme prescrição médica. São ações que incentivam a adoção de práticas e hábitos saudáveis”, diz o enfermeiro Renato Aparecido Dutra Matos, responsável técnico do programa.

Os munícipes interessados, maiores de 18 anos, devem procurar uma unidade com o cartão SUS. Será feito cadastro, além de posterior triagem com a equipe multidisciplinar para conhecer o perfil do paciente e identificar o grau de dependência de nicotina, outros derivados de tabaco no organismo e doenças crônicas associadas.