“Embora o cigarro tenha sido bastante combatido nos últimos anos, ele ainda está entre as principais causas das doenças crônicas não transmissíveis. Por isso, podemos afirmar que ele contribui ativamente com a taxa de mortalidade gerada em função do problema que abrange também hipertensão, diabetes, obesidade e câncer de diferentes tipos”, afirma a psicóloga Silvia Cury, coordenadora do Programa de Controle do Fumo do Hospital do Coração (HCor). Segundo ela, são doenças provocadas, basicamente, pela má alimentação e por hábitos prejudiciais à saúde, como o alco-olismo e, principalmente, o tabagismo.
A meta do governo é chegar a 9,1% de fumantes no Brasil até 2020. De acordo com o estudo, o hábito de fumar é mais comum entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%). O levantamento mostra ainda que 21% dos brasileiros se declaram ex-fumantes.
A faixa etária que mais consome cigarros é de pessoas entre 45 e 54 anos (13,2%). A que menos faz uso deles é a que vai dos 18 aos 24 anos (7,8%). A experimentação entre adolescentes de 13 a 15 anos caiu de 24,2%, em 2009, para 19,6%, em 2012.
“Além de ser incentivado por fatores socioculturais, o tabagista geralmente tem um perfil permeado por ansiedade, depressão, estresse, emoções negativas e positivas. Por isso, é importante junto ao tratamento medicamentoso associar o acompanhamento psicológico”, explica a psicóloga Silvia Cury.
Campanha – O Ministério da Saúde fará uma nova campanha contra o tabagismo, que terá o vermelho como cor principal, alertando a população sobre os danos causados pelo cigarro e derivados do tabaco. Ela será veiculada na internet, no rádio e em meios impressos.
Na avaliação do governo, entre as medidas que contribuíram para a redução no número e fumantes estão a política de preços mínimos, proibição da propaganda de cigarro, proibição do fumo em ambientes fechados de uso coletivo, o aumento da taxação de maços e o aumento das advertências em embalagens.
Aposte no leite e em derivados – O leite é um importante aliado, já que sua ingestão altera o sabor do cigarro. Além disso, estimula a produção de serotonina, o nosso hormônio da tranquilidade, que inibe a ansiedade do fumo.
Invista no levedo de cerveja – O levedo de cerveja é uma das maiores fontes naturais de vitaminas do complexo B. “Essas substâncias agem no sistema nervoso controlando a ansiedade causada pela falta de nicotina, o que auxilia quem está largando o vício”, explica a nutricionista. O suplemento pode ser consumido em pó ou em cápsulas.
Tome suco de laranja – Quando fumamos regularmente, perdemos uma grande quantidade de vitamina C, e nosso corpo costuma compensar essa falta com alguns elementos não naturais que recebem da nicotina. “É por isso que, para pararmos de fumar de maneira mais rápida, é muito importante começarmos a receber mais vitamina C por meio do consumo de sucos cítricos”, orienta Paula Castilho.
Coma brócolis – O alimento é importante na prevenção de doenças pulmonares. Ele tem fibras que ajudam a produzir mais serotonina no momento da digestão. “O brócolis ajuda principalmente quem gosta de fumar depois do almoço ou jantar”, diz a nutricionista.
Consuma aveia e arroz integral – Devido ao alto conteúdo de selênio, mineral com grande poder antioxidante, a aveia e o arroz integral eliminam radicais livres provocados pelo fumo. ”
Beba água – É fundamental beber muita água. A bebida ajuda o organismo a aumentar a frequência urinária, o que contribui para eliminar toxinas.
“Trabalhamos com a abordagem comportamental e cognitiva, além da medicação prevista pelo Ministério, conforme prescrição médica. São ações que incentivam a adoção de práticas e hábitos saudáveis”, diz o enfermeiro Renato Aparecido Dutra Matos, responsável técnico do programa.
Os munícipes interessados, maiores de 18 anos, devem procurar uma unidade com o cartão SUS. Será feito cadastro, além de posterior triagem com a equipe multidisciplinar para conhecer o perfil do paciente e identificar o grau de dependência de nicotina, outros derivados de tabaco no organismo e doenças crônicas associadas.
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