Os episódios dos últimos dias em torno do atacante Robinho ilustram uma série de questões do Santos. Mas também do futebol brasileiro.
Começa pela viagem do presidente Modesto Roma para a Itália. A explicação do deslocamento, até o dia do embarque, estava na negociação da liberação do jogador com o Milan.
De repente, não mais que de repente, a liberação já está acertada. Pelo próprio atleta. Sem intervenção do Santos. Aí são retirados da cartola outros motivos para a viagem.
Por mais validade que esses motivos tenham, não vão nunca explicar duas coisas:
1) A falta de diálogo com o atleta. Que é um ídolo da torcida. A direção do clube desconhecia a negociação entre Robinho e o Milan? Essa impressão de distanciamento aliás ficou reforçada na entrevista que ele deu na quinta-feira. Nela, simplesmente, cobra não a dívida que o clube tem com ele mas sim um posicionamento da direção em relação a ela. Uma proposta. Dívida, aliás, que começa na gestão anterior e continua se acumulando na atual.
2) O prejuízo para a imagem do clube que a trapalhada traz. O mico. Se a viagem tinha realmente outros motivos, porque não foi feita de maneira discreta, sem alarde e sem a utilização dessa justificativa movediça?
Quanto à renovação do vínculo com Robinho, a situação tem complexidade ainda maior. O valor de contrato que o mercado do futebol internacional pode oferecer a ele, atleta da Seleção Brasileira, tem clara incompatibilidade com a realidade atual do Santos e do futebol brasileiro. Qual o nível do sacrifício que o clube deve fazer para manter o jogador? Como qualquer profissional, Robinho tem de procurar o que é melhor para ele. Mas imaginar o ídolo com a camisa de um rival é simplesmente insuportável para o torcedor.
Quando o Santos repatriou um Robinho ainda mais valorizado em 2010, teve a parceria de grandes empresas num projeto de marketing. A mesma estratégia permitiu que Neymar ficasse no clube até 2013.
Quem sabe esteja aí uma saída?
Acirrou
O Cruzeiro conseguiu uma grande vitória diante do River Plate, em pleno Monumental de Nuñez, por 1×0, com gol de Marquinhos. Nos outros três duelos, todos os mandantes venceram pelo placar mínimo. O Emelec bateu o Tigres, o Guaraní venceu o Racing e o Independiente Santa Fé derrotou o Internacional com um gol aos 47 minutos do 2º tempo. O Colorado precisa vencer por dois gols de diferença na próxima semana.
F-1: Ameaça de aposentadoria
Nélson Ângelo Piquet acredita que o seu ex-companheiro de equipe na Fórmula 1, Fernando Alonso, deva abandonar a categoria em um ou dois anos, Isso se a Mc-Laren Honda não andar na frente nesse período, coisa que ele duvida. Ron Dennis, dono da equipe inglesa, acha que o carro vai dominar o mundial em breve, talvez ainda neste ano. Quem tem razão?
Fim de eras
O meia Xavi, do Barça, anunciou nesta semana a saída para o futebol árabe. Ele é mais um da lista de grandes jogadores que marcaram essa última década que vai atuar em ligas de menor expressão. O craque espanhol se junta a Steven Gerrard, que se despede do Liverpool neste final de semana. Outro que segue para futebol americano é Frank Lampard. O italiano Andrea Pirlo também deve embarcar para outros caminhos após a final da Champions League. O futebol vai ficar com saudade.
Dança das cadeiras
O Brasileirão mal começou e dois técnicos de grandes clubes já foram demitidos. O primeiro foi Felipão, após amargar péssimos resultados com o Grêmio. Quem teve pouquíssimo tempo para mostrar serviço foi Ricardo Drubsky, no Fluminense. Ele foi demitido com apenas oito jogos no comando do Tricolor. Enderson Moreira, ex-Santos, assumiu a vaga. Quem será o próximo a dançar?
Com moral
A derrota para Novak Djokovic fez Thomaz Belluci embalar. Ele disputa na manhã deste sábado a final do ATP de Genebra, na Suíça. O tenista paulistano não alcançava uma final desde 2012, quando perdeu a final do ATP Moscou. Ele joga contra o vencedor de João Sousa (POR) e Federico Delbonis (ARG), que ainda não fora definido até o fechamento desta edição.
Brasileirão
O São Paulo abre a 3ª rodada do Brasileirão contra o Joinville, neste sábado, às 18h30, no Morumbi. No domingo, o Palmeiras recebe o Goiás no novo horário alternativo da CBF, às 11h. O Peixe tenta a segunda vitória diante da Chapecoense, fora de casa, enquanto o Corinthians visita o Fluminense para se manter como único 100% da competição.