Além do mais, não é possível estudar o cérebro no momento em que a mente sente emoções, pois não é possível “abrir a cabeça” para ver como está funcionando. E o estudo do cérebro só faz sentido quando vivo, porque uma vez morto a troca eletroquímica não acontece. Com o desenvolvimento dos exames de imagens, é possível um mapeamento mais definido de qual região do cérebro é responsável em cada ação realizada. Cada conjunto específico de células do cérebro assume mais claramente uma função, detectado pelo nível de atividade nas imagens. Sabe-se onde a luz é processada ou onde ocorre o pensamento consciente; qual ponto é responsável pelo movimento e assim vai.
Com isso, já se tem muita informação sobre o funcionamento químico-elétrico de cada conjunto celular. O excesso ou a falta de determinados mediadores químicos irá produzir desvios de conduta que podem ser ajustados com a medicação, ou para aumentar ou diminuir as substâncias responsáveis pela condução nervosa. Porém, ao se analisar os transtornos alimentares, a proposta terapêutica medicamentosa ainda não é bem ajustada.
O tratamento medicamentoso de três transtornos alimentares têm sido estudos: bulimia nervosa, anorexia nervosa e compulsão alimentar temporária. Na bulimia, consome-se substâncias laxativas e autoindução de vômito; na anorexia nervosa ocorre percepção doentia do corpo, provocando ingestão insuficiente de alimentos, causando emagrecimento exagerado; e a compulsão alimentar traz muito risco para a obesidade.
Cada transtorno tem indicações de medicamentos diferentes. A bulemia e a compulsão alimentar têm sido tratadas com medicamentos antidepressivos, porém nem todos os representantes dessa classe parecem apresentar resultados positivos. Já, a anorexia nervosa não tem resultados claros e definitivos com o uso de medicamentos. Inclusive, os antidepressivos mostram resultados contraditórios, melhorando em algumas situações e não tendo efeito em outras. Menos da metade das pessoas tem sucesso no tratamento.
Porém, não é possível um tratamento exclusivamente medicamentoso, sendo fundamental a psicoterapia. Mudanças comportamentais também são importantes. O ideal estético da sociedade também tem de mudar. As modelos nas passarelas não deveriam ser tão magras, há de se mudar a referência de beleza, principalmente para as adolescentes.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
Deixe um comentário