A tosse é considerada um ato reflexo. Isso significa que é uma resposta automática do organismo frente a um estímulo em algum ponto do trato respiratório, que vai do nariz aos brônquios. Mas também podemos ter tosse devido a problemas no ouvido ou até mesmo no esôfago. Por isso, a tosse precisa ser avaliada pelo médico. No trato respiratório, a tosse pode ser dividida, de forma simples, em duas: a produtiva, com catarro, ou seca.

A tosse seca, normalmente está associada a processos alérgicos. Em sua terapêutica, alguns medicamentos podem ser prescritos para seu alívio. Porém, cuidado! A agência europeia de medicamentos reforçou a notificação de que os produtos para esse fim são contraindicados para menores de 12 anos e para todos os jovens que tem problemas respiratórios crônicos. E a codeína é um dos principais medicamentos antitussígenos.

Algumas bulas de produtos brasileiros que contém essa substância fazem a contraindicação do uso desses medicamentos somente para crianças menores de três anos. É uma substância também contraindicada para as mães lactantes. A codeína também pode ser associada ao paracetamol como analgésico pós operatório. Nessa condição, esse medicamento está contraindicado em todas as pessoas com menos de 18 anos, que removeram as amígdalas ou adenoides para o tratamento da apneia obstrutiva do sono. Nessa condição, haverá maior suscetibilidade a problemas respiratórios. 

A codeína se transforma em morfina dentro do organismo, por ser um derivado natural do ópio. Algumas pessoas realizam esse processo de maneira mais rápida do que outras e isso pode produzir altas concentrações de morfina no sangue, comprometendo quem já tem problemas respiratórios. Contate imediatamente o médico se perceber algum desses sintomas quando fizer uso de codeína: respiração lenta ou superficial, confusão, sonolência, pupilas pequenas, sensação de náuseas, constipação e falta de apetite.

Os medicamentos contendo codeína têm a sua venda controlada de forma restrita, porém sempre existem sobras, as quais, eventualmente, poderiam ser utilizadas por outros membros da família, sem a devida análise dessas restrições.

A codeína também pode produzir tolerância e dependência, em menor dimensão que a morfina, mas há de se manter atento. No Brasil, não há muitos relatos sobre casos de abuso de codeína, porém existem documentos nacionais alertando para o fato de usar essa substância com precaução. 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.