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Na corda bamba

18/04/2015Da Redação
Na corda bamba | Jornal da Orla
A prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de envolvimento no escândalo da Petrobras, e a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), que considerou crimes de responsabilidade as manobras fiscais para cobrir déficit do governo com dinheiro de bancos públicos, contribuíram para aumentar ainda mais o clima de instabilidade política.

Presidente do principal partido de oposição, o senador Aécio Neves anunciou que o PSDB vai pedir o impeachment da presidente se for comprovada sua participação nas manobras fiscais rejeitadas pelo TCU. “Precisamos averiguar agora os responsáveis por essa fraude. Temos de ver se esse crime se limita à equipe econômica ou vai além dela”, afirmou Aécio.

Já o PT está na situação de um lutador de boxe que é surrado por seu adversário e encontra-se nas cordas, desesperado para ouvir um gongo salvador e poder respirar. Dirigentes da legenda criticaram a prisão de Vaccari, considerando-a “injustificada e desnecessária”, mas logo depois o partido afastou o tesoureiro de suas funções. Para a oposição a prisão apenas confirma a relação do PT com o esquema de corrupção na Petrobras.

O problema para o PT e para o governo é que a cada dia surgem novas denúncias envolvendo dirigentes da sigla em um gigantesco esquema de corrupção. Some-se a isso o fato de que despencou o apoio popular a Dilma, em razão não apenas das denúncias de corrupção como também pelo ajuste fiscal, que eleva a inflação e paralisa a economia.

As nuvens estão carregadas em Brasília. Tendo de cortar investimento, sem apoio popular e com dificuldades crescentes no Congresso, Dilma precisa criar urgentemente uma agenda positiva para tentar reverter o pessimismo que contaminou a sociedade. Não será uma tarefa fácil, já que a presidente é cada vez mais uma refém do PMDB e dos próprios erros que cometeu em seu primeiro mandato, mas é fato que seu campo de ação é cada vez mais estreito. Os próximos meses serão decisivos.