Muita gente entende que futebol e política se tornaram lugares impróprios para gente decente. Infelizmente, as notícias reforçam continuamente essa impressão. E o afastamento das pessoas de bem dessas atividades escancara o espaço para bandidos e picaretas. Fica estabelecido um ciclo vicioso.
Neste cenário, a negociação do lateral Danilo em 2011 pelo Santos merece um registro especial. O futebol tem lugar, sim, para dirigentes com comportamento que conjugue ética e competência.
Danilo veio para o Santos em 2010. Havia uma tentativa de conciliação entre a gestão do Peixe e o grupo Dis. O grupo ofereceu um jogador ao clube. O treinador Dorival Junior indicou Danilo. E a direção do Santos referendou a indicação, exigindo que os direitos do América Mineiro fossem respeitados. Esse respeito já constituía exceção significativa. Muitos jogadores de categorias de base, na mesma época, eram arrancados dos clubes formadores judicialmente.
O Dis comprou 75% dos direitos. Ficou com metade. A outra metade ficou para o Santos, vitrine cobiçada naquela época. Uma proposta a partir de 6 milhões de euros obrigava o Peixe a exercer o direito de compra ou liberar o jogador.
Apareceu a proposta de 6 milhões. Do Benfica. O Santos não mostrou interesse em vender e o grupo não obrigou. Quando a proposta do clube português chegou a 10 milhões, aí sim, o Dis quis a venda. O Santos, que tinha propostas também do Porto, exerceu o direito de compra. Pagou 37,5% dos 10 milhões ao grupo empresarial. Depois negociou os direitos de Danilo com o Porto por 13 milhões de euros. Pagou 25% ao América.
O diretor de futebol Pedro Conceição e o presidente da época, Luís Álvaro, perceberam que Portugal vinha sendo porta de entrada de brasileiros para mercados mais fortes do mercado europeu. Tinha acontecido com David Luiz e com Ramires. E incluíram na negociação essa cláusula que dá ao Santos, além da parcela de lei como clube formador, uma porcentagem sobre um eventual lucro do Porto numa negociação futura de Danilo.
Aconteceu agora. Danilo vai para o Real Madrid. E o Peixe, nesse momento de crise financeira, recebe uma bem-vinda bolada. Prêmio para o comportamento ético e competente da direção do clube na época.
Vettel
A vitória na Malásia enterra de vez a teoria de que Sebastian Vettel, tetracampeão, é um piloto medíocre e só acumulou vitórias pela superioridade dos carros que teve na mão. Na segunda corrida já levou a Ferrari à vitória depois de um longo jejum. Mas não elimina o favoritismo da Mercedes na temporada.
Clássico no Paulista
O destaque da rodada do final de semana do Paulistão é o clássico entre Corinthians e Santos na arena corintiana em Itaquera. A equipe de Tite, em grande fase, demoliu o uruguaio Danúbio na quarta-feira e encaminhou, com 100% de aproveitamento em quatro jogos e ótimo futebol, a passagem para as oitavas de final da Libertadores. O Santos vem de dois resultados ruins, ficou devendo futebol e perdeu o excelente goleiro Vanderlei por lesão.
Cauteruccio
Nem toda a rivalidade entre brasileiros e argentinos ofusca a beleza do gol do atacante do San Lorenzo na quarta-feira na vitória por 1 x 0 contra o São Paulo. O domínio da bola, o “chapéu” perfeito no zagueiro sãopaulino Rafael Tolói e a “tijolada” na conclusão construíram um dos gols mais bonitos dos últimos tempos.
Cleber Santana
Essa negociação bem-sucedida de Danilo faz o torcedor santista relembrar a mágoa da ida do meia Cleber Santana para o Atlético de Madrid em 2007. O jogador ficou um ano e meio no Peixe e se valorizou muito. Mas a negociação dele com o clube espanhol foi lucrativa para todas as partes envolvidas. Menos para o Santos, que não ficou com nenhum centavo.
Grupo quase fechado
Na série de vitórias de Dunga na volta à Seleção Brasileira, a conquistada sobre a França em Paris tem brilho especial. O grupo do treinador para a Copa América está praticamente fechado.
SuperPoker
A segunda etapa do concorrido BSOP, no Balneário Camboriú, teve como vencedor inspirado Rafael Lirola.