Semana passada, o Ibope informou que na segunda-feira (dia 23) o “Jornal Nacional” da Rede Globo havia registrado uma das mais baixas audiência de sua história: 20 pontos. No dia seguinte, porém, o instituto divulgou uma nota afirmando que houva uma falha na medição, e que na verdade o telejornal teve 25 pontos de média.
De qualquer forma, os números são bem menores em comparação a tempos atrás. Na metade da década passada, raramente o “JN” dava menos que 35 pontos.
Os motivos dessa queda podem ser vários. Por exemplo: crescimento de outras mídias, novelas das sete que não emplacam e “passam a bola” para o telejornal com índices já baixos para os padrões globais.
Claro que isso influencia, mas uma das causas não seria o conteúdo do próprio “Jornal Nacional”? Essa crise de audiência não teria a ver com a palavra “credibilidade”?
Historicamente o jornalismo da Globo sempre foi, digamos, “polêmico” (pra dizer o mínimo). E quando o telespectador sintoniza um telejornal, o que pretende? Informar-se. Mas se ele não confia naquilo que determinado veículo lhe apresenta, provavelmente irá buscar outras fontes de informação.
Pra citar fatos recentes, o que levou o “Jornal Nacional” a não destacar como deveria as manifestações de fevereiro no Paraná contra o “pacote de austeridade” do governo estadual e atrasos nos vencimentos dos servidores públicos? Além de dedicar pouco tempo ao assunto, simplesmente manipulou os números de um dos maiores protestos já vistos no Estado: uma passeata de pelo menos 40 mil pessoas em Curitiba (dados da PM) que, segundo o “JN”, contou com dez mil participantes.
Outra, essa em curso: a greve dos professores em São Paulo, que pedem aumento salarial e melhores condições de trabalho, praticamente ignorada pelo telejornal global. Se manifestações reunindo dezenas de milhares de pessoas no centro da capital paulista não merecem ser noticiadas, qual é o conceito de “notícia” para o jornalismo da Rede Globo? Só mostrar aquilo que lhe convém, e da forma que lhe convém?
Não deixa saudades – Sábado passado a Rede TV! exibiu o último “Sábado Total”, do Gilberto Barros. A emissora resolveu acabar com o programa, e o apresentador não terá seu contrato renovado.
Para ocupar a faixa vespertina do sábado, a Rede TV! planeja uma espécie de “maratona esportiva”, com transmissões de eventos ao vivo, incluindo a Série B do Campeonato Brasileiro. Muito melhor.
Quem paga a conta? – Impressionantes os gastos da Record com sua novela bíblica “Os Dez Mandamentos”. Em tempos de crise econômica, a rede do bispo Macedo investe R$ 105 milhões numa produção – são cerca de R$ 700 mil por capítulo. Será que os dízimos da Universal vão ajudar a pagar a conta?