Com o crescente enfraquecimento da presidente Dilma Rousseff (PT), o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, passam a ditar as regras política do país. Exigem, por exemplo, que Dilma reduza de 39 para 20 o número de ministérios e o corte de funcionários e assessores comissionados, como um exemplo ao país, em tempos de dificuldades econômicas. Até aí, tudo bem, não fosse o fato de o PMDB ser o principal aliado do governo petista e de sempre ter demonstrado um fantástico e insaciável apetite por cargos.
O mais inacreditável de mais este episódio dantesco da vida política nacional é o fato de que tanto Renan como Cunha estão sendo investigados na Operação Lava Jato, que apura a roubalheira na Petrobras, nossa maior estatal. Duas velhas raposas da política que assumem o comando do galinheiro em que se transformou o Palácio do Planalto.
Como falar em austeridade e exemplo, se foi o próprio Eduardo Cunha quem comandou a operação para criar mais mordomias aos deputados, como o pagamento de passagens aéreas para cônjuges, e que só voltou atrás em razão da repercussão negativa? Vale lembrar, ainda, que Renan é o mesmo senador que, em passado recente, teve de renunciar à presidência do Senado, cargo que agora volta a ocupar, por um episódio mal explicado, envolvendo recursos públicos e uma amante. Enfim, renunciou para evitar perder o mandato por quebra de decoro parlamentar.
O fato é que o PMDB de hoje não lembra nem de longe o velho PMDB que combateu a ditadura militar. O partido está nas mãos de políticos oportunistas que jamais demonstraram compromissos com a Nação. E é esse tipo de gente que está prestes a assumir o comando do país.