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Mídia envolvida no escândalo SwissLeaks

19/03/2015
Mídia envolvida no escândalo SwissLeaks | Jornal da Orla
Como obviamente não interessa muito aos grandes veículos de comunicação falar de questões polêmicas que os envolvam, ficou praticamente restrita à internet a notícia sobre a presença de “barões” da mídia e jornalistas no SwissLeaks. Aliás, de uma forma geral, o assunto tem recebido bem menos destaque do que merece.

Para quem não sabe, trata-se de um conjunto de dados vazados em 2008 de uma agência do HSBC em Genebra, na Suíça. Os documentos contêm informações de 106 mil clientes de 203 países, somando US$ 120 bilhões. Deste total, há 8.667 correntistas brasileiros, cujas contam somam US$ 7 bilhões. A agência é acusada de ignorar crimes de clientes e ajudá-los a sonegar impostos em seus países de origem – e é exatamente isso que cabe agora às nossas autoridades investigarem.

Pois a lista do HSBC traz, por exemplo, membros da família Marinho (Globo), Saad (Bandeirantes) e Frias (Folha de S. Paulo). Há também contas de proprietários do Grupos Edson Queiroz (TV Verdes Mares e Diário do Nordeste), Grupo João Santos (rádios e jornais em Pernambuco e Espírito Santo), Grupo Alfa (Rede Transamérica) e Rede Massa – de propriedade do apresentador Ratinho (com US$ 12,4 milhões depositados), entre outros.

Curioso notar que algumas contas foram abertas no início de 1990, justamente quando houve o confisco do governo Collor. Outras foram fechadas em 1999, época da desvalorização do real.

O jornalista Fernando Rodrigues, o primeiro a ter acesso à lista, tentou ouvir os envolvidos. A maioria preferiu não se manifestar, como Globo, Bandeirantes, Alfa e Grupo João Santos. O Grupo Edson Queiroz disse “desconhecer o assunto”. A Rede Massa, por sua vez, afirmou que “todos os bens e valores foram devidamente declarados aos órgãos competentes”.

Na Europa, desde quando as autoridades francesas obtiveram a lista de contas suspeitas no HSBC, conseguiram obter de volta de cerca de US$ 270 milhões sonegados. Na Espanha, o montante recuperado é ainda maior: US$ 320 milhões. 

Uma CPI será instalada no Congresso para tratar do tema. Será que quem sonegou vai pagar por isso?