Saiu a lista de indicados aos Oscar 2015. E, mais uma vez, nossos hermanos argentinos têm uma fita selecionada entre os finalistas ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.
 

O escolhido é o excepcional “Relatos Selvagens”, de Damián Szifron, que tem Ricardo Darín (foto) no elenco. São cinco histórias independentes mostrando as reações de pessoas que perdem o controle quando chegam ao seu limite. O longa une com maestria drama, suspense e humor negro.
 

Enquanto o cinema portenho vive uma fase inspiradíssima (e já faz uns 15 anos) por aqui a coisa vai de mal a pior. Estamos ficando reféns do gênero cinematográfico mais inofensivo e despretensioso, que Hollywood faz aos montes: a comedia romântica. 
 

Ano passado, 90 produções nacionais foram lançadas. Das dez maiores bilheterias, nada menos que nove são comédias – todas com a chancela da Globo Filmes e estreladas por atores globais. Delas, cinco são “românticas”. E no momento há um exemplar em cartaz, que provavelmente vai figurar na lista dos mais vistos de 2015: “Loucas pra Casar”. 
 

Nada contra o gênero em si, mas é triste ver o cinema nacional caminhando a passos largos para o monopólio, dominado por filmes na linha “Sessão da Tarde”, como se fosse simplesmente a extensão de um canal de tevê.
 

Questão de hábito? – Segundo matéria do UOL, chegou a 20 milhões o número de lares brasileiros que contam com TV por assinatura, atingindo um universo estimado em 60 milhões de pessoas. 
 

O dado mais curioso, porém, indica que cerca de 60% dos assinantes assistem somente os canais abertos! Ou seja: basicamente, Globo, Record, SBT, Band e RedeTV!
 

Será tão difícil assim mudar os hábitos televisivos?