Qualquer doença é sempre um incômodo, obviamente. Em parte, por causa disso, o primeiro pensamento que vem associado à doença é a busca pelo tratamento. Mas, algumas doenças são incuráveis e isso amplia o sofrimento de quem está acometido por elas. Uma dessas doenças é a psoríase que é um processo inflamatório crônico, cíclico, não transmissível e que provoca o ressecamento e descamação da pele.
Essa doença sem causa conhecida, pode ser provocada pelo sistema imunológico da pessoa que passa a atacar as próprias células da pele. É uma das chamadas doenças autoimune. É possível que aconteça em pessoas geneticamente suscetível, além das condições do meio ambiente, como o frio e tempo seco, bem como pelo estresse, obesidade, ingestão de álcool ou ao tabagismo. Pode acontecer na pele em geral ou especificamente no couro cabeludo, unhas ou, mais raramente, em outras regiões.
Não havendo cura, apenas é possível o controle dos sintomas ou de sua reincidência. Em 2013, o Ministério da Saúde aprovou uma portaria estabelecendo critérios para diagnóstico e terapêutica, assumindo a responsabilidade pelo tratamento que é prolongado e indefinido. A psoríase pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Para cada nível, a terapêutica é diferente, crescente em intensidade, porém o uso tópico será constante.
A manutenção da hidratação da pele é fundamental para a qualidade de vida do portador da psoríase. É importante que a pele esteja hidratada para que não rache, sangre e seja um caminho para as infecções secundárias. A formulação do creme dependerá da condição da pele e portanto, depende de avaliação clínica do médico. Normalmente, são cremes à base de lanete, ureia e ácido salicílico. Na maioria das vezes, estão associados a anti-inflamatórios corticoides. Como uma alternativa interessante, pode-se fazer uso de substâncias análogas à vitamina D. Porém essa substância pode provocar fotossensibilização. Todas essas recomendações são do Ministério da Saúde.
Nem mesmo o uso tópico é isento de riscos. Por isso é importante o acompanhamento médico. O uso tópico prolongado de corticoides pode promover o efeito rebote quando retirado, ou seja, uma piora considerável do quadro. Além disso, pode haver atrofia cutânea tornando a pele muito fina. Quando os cremes são usados em grandes áreas, as substâncias contidas nos cremes podem ser absorvidos e ter ação sistêmica, agindo no organismo como um todo.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.