Enoleitores,
Saboreando ainda a memória da comemoração de 10 Anos da Confraria Meia Taça, quero passar a vocês os detalhes da enogastronomia servida no evento Vinho, Sabores e Música de Portugal.
Iniciamos a noite brindando os 10 anos deste grupo, ao som da Valsa Chilena de Mozart, com o espumante português Palavrar, da Bairrada, e saboreando bolinhos de bacalhau e tostas de queijo de cabra com compota de tomates, o que casou muito bem com o vinho de cor amarelo dourado, perlage fina e persistente, aromas de frutas brancas e cítricas, no paladar equilibrado, intenso e envolvente.
Seguimos ouvindo a canção “Barco Negro”, degustando o vinho branco Vale dos Lobos, da região do Tejo: um vinho sedutor, aromas de frutas brancas como lichia, pêssego, manga, especiarias, baunilha, na boca elegante frescor, equilibrado, harmonizando muito bem ao creme de cogumelos com berinjela e filé suíno.
Passamos aos tintos, ouvindo “Saudades do Brasil em Portugal”, bebendo um Esporão 4 Castas, do Alentejo, um tinto de cor viva , no nariz predominavam as frutas vermelhas maduras e especiarias, no paladar elegante, estruturado e intenso, deixando na boca um gostinho de ameixas pretas o que foi muito bem aproveitado com o tira-gosto de ameixas recheadas com chouriço português.
Desta vez, o segundo tinto foi recebido com a música “Brasileirinho”. Serviram-nos um Pedra Cancela – escolha do enólogo, do Dão. Um belo vinho, vermelho rubi com toques grená, aromas intensos de frutas bem maduras como ameixa, cacau; no palato, revela um corpo suave e equilibrado, taninos elegantes. Um vinho com ótima persistência, que ficou melhor ainda acompanhado de borrego às migas, ou seja, cordeiro servido com broa portuguesa -um casamento perfeito.
Chegou o último tinto, ao som do fado “Loucura”. De fato, que vinho! Scancio – Private Selection, elaborado e produzido por José Santanita, coordenador deste evento, em homenagem ao sommelier brasileiro. Os presentes receberam este alentejano como uma boa surpresa. De cor vermelho rubi intenso, aromas predominantes de frutas maduras e especiarias; na boca, apresentava personalidade, taninos firmes e equilibrados, acidez correta, boa persistência, retronasal a ameixas em compota. Ficou excelente para acompanhar um arroz de pato.
A Confraria, ouvindo a “Balada de Coimbra”, foi mais uma vez homenageada com o vinho de sobremesa, escolhido a dedo pelo Santanita, por ser um Graham’s Tawny 10 Anos: ambos têm a mesma idade. Muito boa sacada, este porto muito bem elaborado apresentava aromas complexos de frutas secas e mel; na boca, macio, elegante e complexo, deixando um final de boca longo tornou-se muito bom com o sonho de abóbora na calda de laranja e especiarias.
Aproveito para agradecer à minha esposa Cristina e às confreiras Suely Cardoso e Sandra Nostre pela pesquisa e sensibilidade nas escolhas, e à equipe da cozinha, que tão bem interpretou esta gastronomia, tornando esta noite memorável!
Eventos como este, que une cultura, através da música, aromas e sabores, alimentam não apenas nosso corpo, mas principalmente a nossa alma!
Enoabraços e uma ótima semana a todos!