Este ano já tivemos o caso extremo de uma mulher espancada até a morte em Guarujá por conta de um falso rumor veiculado em uma página na internet. E os absurdos continuam se acumulando.
Na seleção brasileira, que fez uma mini excursão pelos EUA, o lateral Maicon foi cortado da delegação por ter retornado ao hotel 11 horas atrasado após uma folga. Mas, como a comissão técnica inicialmente cometeu a bobagem de não explicar o motivo, logo começaram a pipocar especulações. Uma delas, que se espalhou rapidamente, dava conta de que Maicon teria se envolvido numa relação homossexual com outro jogador da seleção, o volante Elias. E veículos estrangeiros chegaram a publicar a história.
Aí é que está um grande problema dessa “fábrica de boatos”: virou prática comum ver setores da imprensa espalhando inverdades sem obedecer a um princípio básico do jornalismo: checar se a informação procede, ou ao menos tratar uma especulação como tal.
Os motivos são vários. Há, por exemplo, a ânsia por publicar algo em primeira mão. Ou então má-fé mesmo, quando existem segundas intenções por trás e nem se pensa duas vezes para acusar sem provas (temos uma revista semanal de circulação nacional que adora fazer isso).
Reclamações – Semana passada, o humorista Fábio Porchat abordou o assunto ao participar do “quadro do chapéu” no “Programa Raul Gil”, do SBT. Ele criticou o que chamou de “fofoqueiros de plantão”. “Tem a profissão do fofoqueiro: na internet, no jornal, na televisão. O problema é quando começam a inventar a notícia. O perigo é você lançar a história sem saber se é verdade ou mentira”, comentou.
Quem também se manifestou foi Jô Soares, outra “vítima” recente. Após um período de internação para tratar de uma pneumonia, ele retornou aos trabalhos na Globo segunda-feira e também entrou no tema.
Disse não entender como sites publicam notícias sem nenhum tipo de controle. “O cara coloca qualquer coisa”, reclamou. E recordou que, quando estava hospitalizado, recebeu uma visita do oncologista Drauzio Varella, seu amigo. Isso bastou para surgir o boato de que Jô estaria com câncer. “Quer dizer que se o Drauzio fosse ginecologista, eu estaria tendo um aborto!”, brincou.
Nesse caso, o rumor partiu do colunista Leo Dias, do jornal carioca “O Dia”, que escreveu o seguinte: “O estado de saúde de Jô Soares é grave. O apresentador está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para, segundo informações oficiais, tratar de uma pneumonia… Mas a coluna descobriu que o oncologista Dráuzio Varella foi chamado às pressas para acompanhar o caso. Há uma suspeita de que Jô Soares esteja com câncer no pulmão. De acordo com uma fonte, ele teve uma parada cardíaca na noite da última quarta-feira”.
Tom de volta – Em 2011, Tom Cavalcante deixou a Record e se mudou para os Estados Unidos. Passados três anos, ele acertou sua volta para a tevê brasileira, mas curiosamente o retorno não será em nenhum canal aberto. O humorista fechou com o Multishow, onde terá dois programas em 2015: uma sitcom e um programa de auditório. Tom manteve conversa com várias redes, mas não chegou a um acordo. Quem sabe num canal por assinatura, livre das pressões por audiência, ele consiga oferecer ao telespestador mais duas boas opções na telinha.
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