Salvo um episódio novo de grande relevância, ou um acidente de percurso, Marina Silva será eleita a próxima presidente do Brasil. Obra do destino, acaso, ou seja lá o que for, o fato é que a nova candidata do PSB conquistou boa parte do eleitorado brasileiro e surfa naquela onda fantástica que define eleições.
Está certo que o bicho vai pegar. O PT está desesperado e o PT desesperado é capaz de tudo, mas os números das pesquisas são impressionantes e, o principal, nas ruas o sentimento de que Marina representa a mudança, tão desejada pelos brasileiros, é fácil de ser percebido. Faça você mesmo, caro leitor, uma pesquisa entre seus amigos e logo perceberá a grande virada que está ocorrendo.
Quase uma entidade
A figura de Marina Silva representa quase que uma entidade. De formação humilde, como Lula, ela aprendeu a ler com 16 anos, foi faxineira, venceu doenças terríveis e comeu o pão que o diabo amassou antes de chegar onde chegou. Seu perfil hoje lembra uma mistura de Indira Gandhi com Madre Tereza de Calcutá. E o que isso significa? Significa que quanto mais seus adversários baterem nela, mais ela vai crescer nas pesquisas.
E, afinal, o que podem dizer PT e PSDB de Marina Silva? Que ela está sendo incoerente, que criticava o agronegócio e agora faz afagos aos representantes do setor? Que tem como coordenadora de sua campanha Neca Setubal, uma das donas do Banco Itaú? Marina poderá responder, como já fez Juscelino Kubischek, “Eu não tenho compromisso com o erro”. No Jornal Nacional, aliás, ela já deu um show, deixando os experientes Willian Bonner e Patrícia Poeta sem ação.
Os adversários também insistem que Marina não tem experiência em cargo executivo. E daí? Lula tinha antes de ser eleito em 2002?
Só Deus sabe
Se Marina Silva vai ser uma grande presidente, só Deus sabe. Seu governo pode dar certo como pode não dar, mas o terrorismo que o PT vem fazendo ao dizer que ela representa uma aventura, ou um salto no escuro, não vai colar, até porque Marina Silva tem um currículo superior ao de Lula quando ele foi eleito para o primeiro mandato.
De outro lado, seus dois principais concorrentes, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) não empolgam. Dilma carrega um governo marcado por denúncias de corrupção, tem vários líderes de seu partido presos também por corrupção ativa, e agora enfrenta problemas com a economia, que entra em recessão. Para completar, nunca foi eleita a garota simpatia do colégio. É autoritária, arrogante…Enfim, tem tudo para não agradar.
E Aécio Neves? Além de não empolgar, está colhendo o que plantou: quando governador de Minas Gerais, fez corpo mole nas eleições em que Geraldo Alckmin enfrentou Lula (2006) e Serra disputou com Dilma (2010). Até em Minas, seu candidato a governador está perdendo para o candidato do PT. É carta fora do baralho. Vai desidratar e pode terminar o primeiro turno com menos de 15% dos votos, a pior votação de um tucano em duas décadas.
Gavetas vazias
Dado fundamental e decisivo, constatado pela última pesquisa Ibope, contratada pela Rede Globo e Jornal O Estado de S.Paulo: no segundo turno, Marina tem 45% das intenções de voto e apenas 10% de rejeição; já Dilma tem 36% das intenções de voto e 36% de rejeição.
O PT pode ir arrumando as gavetas do Palácio do Planalto, pois, como já dissemos no início deste artigo, salvo um fato novo de grande gravidade, Marina Silva será a próxima presidente do Brasil. Os petistas sabem disso, daí o desespero da turma!
Adversário deixa Skaf na maior saia justa
O candidato ao governo de São Paulo, pelo PMDB, Paulo Skaf, fez a plateia morrer de rir nos dois primeiros debates realizados respectivamente pela TV Bandeirantes e SBT. Vamos aos fatos: Skaf se apresenta como “um novo caminho para São Paulo”, mas “esconde” que seu partido apoia Dilma Rousseff para presidente pelo simples fato de que a candidata do PT tem quase 50% de rejeição no Estado.
Nos debates, o candidato Laércio Benko, do PHS, percebeu que Skaf não quer ver sua imagem grudada à de Dilma e fez a pergunta: ” Candidato, eu voto na Marina para presidente e, o senhor, vota em quem?”.
Gargalhada geral
Nos dois debates Skaf tentou fugir: “Vou votar no Michel Temer, que é do meu partido”.
“Mas candidato, o senhor sabe que o Michel Temer não é candidato a presidente. Se o senhor digitar o número do seu partido, vai anular o voto”. Nas duas oportunidades, Skaf repetiu: “O senhor é que não está entendendo, eu vou votar no Michel Temer…” Gargalhada geral! Vai não, Skaf, se votar Temer, anula o voto.
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