Tatá Werneck e Fábio Porchat são duas figuras de talento. Ela, após despontar na MTV, foi para a Globo e se destacou na novela “Amor à Vida”. Ele, de uns tempos pra cá, virou um cara onipresente na mídia: cinema, televisão e internet (com o ótimo Porta dos Fundos).
Pois então imagine essa dupla apresentando um humorístico na tevê?
Há duas semanas o canal por assinautra Multishow leva ao ar o “Tudo pela Audiência”. A ideia é satirizar os programas de auditório apelativos. “A gente usa todos os clichês: mulher pelada, anão, sabonete, bizarrice, só que assumidamente”, diz. “É uma grande crítica em cima de tudo isso o que a gente vê”, completa Porchat.
Há, por exemplo, o “Pra quem você tira o pastel?”, que parodia o famoso quadro do chapéu do “Programa Raul Gil”. O convidado escolhe pastéis (que contêm o nome de alguém ou um tema), que estão estrategicamente grudados no corpo de uma mulher com um biquíni minúsculo ou no de um rapaz com sunga.
No “Kama Surta”, o mesmo convidado é sabatinado com perguntas sobre sexo, porque “sexo dá audiência”, diz Porchat.
Há alguns exageros, até porque como você pode criticar algo sendo absolutamente igual àquilo que se dispõe a satirizar? É apelação do mesmo jeito.
Mas no geral há mais acertos, justamente nos quadros que fogem do exagero, como o “Chora, Brasil”, que brinca com chatices melosas ao estilo “Arquivo Confidencial”. Ou então partes inspiradas no “Qual É a Música?”, do Silvio Santos.
Tatá Werneck e Fábio Porchat conseguem boas sacadas, improvisam a todo instante. Aliás, com outros apresentadores o “Tudo pela Audiência” teria tudo pra ser uma tragédia.
Porém, acho um erro exibir a primeira temporada do programa de segunda a sábado (22h30), pois a tendência é que se torne cansativo. Uma ou duas vezes por semana seria melhor.
Mestres da literatura – Em menos de uma semana o país perdeu três mestres da literatura: João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Uma pancada dolorosa em nossa combalida cultura. Como também é doloroso ver Ana Maria Braga, em seu “Mais Você”, ler um trecho de uma obra do escritor paraibano e finalizar chamando-o de “Adriano” Suassuna.
Mestres do humor – Passando para o humor, bacana a homenagem feita pelo “Pânico na Band” ao Monty Python, sensacional grupo de humor inglês que retornou aos palcos para algumas apresentações na O2 Arena, em Londres. Eduardo Sterblitch e Daniel Zukerman foram até lá pra cobrir o evento e registraram trechos do espetáculo. Ainda no humor, nesta terça-feira fez 20 anos que o inesquecível Mussum nos deixou. Saudades de uma época em que se podia fazer humor sem a patrulha do politicamente correto.
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