Foi doído, e como foi. Mesmo para os que não são adeptos do futebol, a humilhante derrota de 7 a 1 para a Alemanha fez chorar milhões de brasileiros e reduziu a frangalhos nossa autoestima. Afinal, havia a convicção de que, depois de 64 anos, poderíamos finalmente exorcizar o fantasma do Maracanã 1950, quando, favorito, o Brasil perdeu de virada para o Uruguai por 2 a 1.
É claro que poderíamos perder o jogo, haja vista que a equipe da Alemanha é forte e vinha realizando uma boa campanha. Mas jamais imaginávamos que a derrota seria tão acachapante, tão avassaladora, capaz de manchar a história da seleção mais vencedora de copas, de nos humilhar perante o mundo. Agora temos mais um fantasma, muito mais horrendo, a nos assombrar pelas próximas gerações.
Mas a vida segue e o que podemos fazer é tirar lições dessa grande decepção e olhar para o presente e para o futuro com a convicção de que uma Nação se constrói muito além das quatro linhas de um campo de futebol. Ter a convicção de que em todas as atividades humanas, trabalho, dedicação, disciplina, planejamento, solidariedade, honestidade, garra e determinação são fatores essenciais para o sucesso.
No caso do futebol brasileiro, não podemos achar que apenas o talento individual, o “peso da camisa” e o “jeitinho brasileiro” serão suficientes para que continuemos a ganhar mais títulos. É preciso recomeçar do zero, com planejamento, e acabar com a farra dos cartolas, que se enriquecem, assim como muitos políticos, à custa do sofrimento de milhões de brasileiros. No futebol, como na vida, é preciso reconstruir valores perdidos. Queremos ser campeões em futebol, mas também em saúde, educação e qualidade de vida. Se conseguirmos dar um passo nesse sentido, a humilhante derrota não terá sido em vão!
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