Santos

As joias da coroa

13/06/2014Da Redação
As joias da coroa | Jornal da Orla
“Eu pensei: ele é feito de carne e osso como eu. Eu me enganei”. A frase do zagueiro italiano Tarcisio Burgnich, responsável por marcar Pelé na partida final da Copa de 70, revela perplexidade diante do gênio do futebol e foi uma das escolhidas para estampar os painéis da exposição ‘Quatro Copas e um Rei’, que inaugura o Museu Pelé neste domingo (15), às 9h, no bairro do Valongo, Centro Histórico de Santos. Para o evento, coordenado pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado, é aguardada a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, do governador Geraldo Alckmin e, é claro, do dono da festa – Edson Arantes do Nascimento.
 
O projeto arquitetônico do museu reconstruiu a fachada original de um prédio do século 19, que estava destruído após longo período de abandono, e criou um edifício com tecnologia do século XXI. “Depois da recuperação da estrutura, o grande desafio foi fazer um projeto com um conceito moderno e sedutor o suficiente para abrigar o acervo de Pelé, revelando surpresa ao visitante”, comenta o arquiteto Nei Caldato.
 
E realmente o museu promete surpreender, colocando em constante movimento os 2.545 itens de seu acervo, além de inovar na área interativa multimídia e promover exposições temporárias. Neste primeiro momento o público poderá apreciar 180 dessas peças, raridades como a caixa de engraxate do menino Pelé, o rádio que foi de seu pai e que o acompanhava nas copas, a moeda de 400 réis do primeiro salário como jogador e até uma bola de meia. Não a original, mas a que lhe foi presenteada por amigos de Bauru na década de 70.
Também em exposição uma réplica da taça Jules Rimet, dada a Pelé de presente pela Fifa e pelo governo do México em 1970, e a camisa que ele vestiu na Copa de 1958, a primeira conquistada pelo Brasil.

Pelé e suas quatro Copas

“Quatro Copas e um Rei” mostra a trajetória de Pelé nos campeonatos de 1958, 1962, 1966 e 1970, contada por meio de peças genuínas, filmes dos jogos, depoimentos, fotos e informações até do posicionamento em campo nas jogadas que resultaram em gol. Além dela, o museu apresenta ao público a “Linha do Tempo”, focalizando os fatos mais relevantes da vida e da carreira do jogador, e a “Mostra José Dias Herrera”, com fotos exclusivas do fotógrafo que acompanhou os passos de Pelé desde que este chegou à Vila Belmiro.

Um esforço bem sucedido

“A construção do Museu Pelé é uma conquista para a cidade de Santos e para o país. O museu preserva a memória esportiva do Brasil e garante a revitalização dos casarões do Valongo, um imóvel com reconhecido valor arquitetônico e histórico”, afirmou o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.
 
O museu está instalado no Largo Marquês de Monte Alegre, uma região que abriga outros importantes prédios históricos como a Estação Ferroviária (de 1867) e o Santuário de Santo Antônio do Valongo (de 1640).  Com a construção do equipamento, toda a área do entorno, na região do Porto de Santos, está sendo recuperada, o que impulsionará os investimentos na região. “Com o museu, fica um registro definitivo da minha carreira esportiva e a promoção que fiz de Santos e do meu país, um legado para as próximas gerações”, disse Pelé. O investimento total foi de R$ 50 milhões.

Serviço – O ingresso para o Museu Pelé custará R$ 18,00, com isenção para criança de até 5 anos e meia entrada para crianças de 6 a 12 anos, estudantes, professores e maiores de 60 anos.