Notícias

Política de preços para os medicamentos

04/06/2016Da Redação
Política de preços para os medicamentos | Jornal da Orla
O preço dos medicamentos é um grande obstáculo a ser transposto pela população no que se refere ao controle de suas doenças. No mundo todo, o custo do tratamento por medicamentos está aumentando. Nos EUA, em cinco anos, os medicamentos aumentaram mais de 20% em média, acima da inflação.
 
Segundo estudos sobre dados do IBGE, as famílias brasileiras têm gasto mais de 10% de seu orçamento com medicamentos. Para os menos favorecidos economicamente, os remédios são o maior gasto proporcional com saúde. Os mais consumidos são os analgésicos e anti-inflamatórios, contra os sintomas das gripes e as vitaminas, correspondendo a 25% dos gastos com medicamentos.
 
O gasto com medicamentos para as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, tem crescido entre 12 e 15 vezes. Uma interessante pesquisa demonstrou que pessoas que praticam atividade física gastam menos com medicamentos. Essa poderia ser uma das explicações do porquê as mulheres gastarem mais, por serem menos ativas. Outra explicação seria porque elas buscam mais o sistema de saúde do que os homens. Por outro lado, estes só buscam assistência em situações de maior gravidade, exigindo hospitalização.
 
Os medicamentos mais complexos, como os anticorpos monoclonais usados nos tratamentos de câncer, puxam para cima o gasto com medicamentos, apesar deles serem fornecidos pelo SUS. Esses remédios representam menos de 5% do volume de medicamentos do Sistema de Saúde, mas consomem mais de 50% do orçamento. O custo médio desses medicamentos mais complexos é mais de 20 vezes do que o gasto médio per capita em saúde. 
 
Vários estudos mundiais mostram que a manutenção da política de genéricos consegue reduzir o preço pelo estímulo à competição comercial. Na Europa demonstra-se que quanto maior o mercado de genéricos, maior será a queda geral dos preços. Nos países escandinavos, com grande oferta de genéricos, a queda de preço pode chegar a 55%, contra 16% na França e 20% na Espanha.
 
É inegável que os medicamentos trouxeram melhoria na qualidade de vida e prolongaram a vida média humana, porém estima-se que a um custo muito alto. Cálculos teóricos preveem que para aumentar mais dez anos em média na expectativa de vida da população americana, somente à custa de medicamentos, isso consumiria o orçamento nacional equivalente a 1000 anos.
 
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.