O dia 18 de maio marca o Movimento Antimanicomial, o qual quer chamar atenção para a necessidade da humanização no atendimento daqueles que sofrem de transtornos psiquiátricos, assim como criar condições de inclusão dos mesmos na sociedade, buscando mantê-los produtivos e socializados. Para tanto, é necessário aceitá-los em suas peculiaridades e diferenças.
Em sua história, os sistemas de saúde sempre isolaram, enquadraram e asilaram os portadores de transtornos mentais. E os medicamentos foram usados como camisas-de-força, silenciando-os e deixando os doentes mentais sem vontade, sem reação, permitindo que fossem manipulados à revelia. O sofrimento nos manicômios foi bem retratado no filme nacional de 2000, “Bicho de sete cabeças”. Mostrou a dura e cruel realidade encontrada em muitas instituições.
Mas os medicamentos são fundamentais para o controle dos transtornos psíquicos. O seu uso deve ser contextualizado, com atendimento multiprofissional, buscando a inserção do indivíduo no meio social. Porém, estudos mostram que os doentes têm usado o medicamento sem reavaliação. Normalmente, a família busca os serviços de saúde apenas para a renovação da receita. Para que se tenha bom resultado medicamentoso, é necessária contínua análise da necessidade de se ajustar dose, acrescentar outros produtos ou substituir aquele que já está sendo usado.
O uso de medicamentos pelos portadores de transtornos psiquiátricos tem de ser cuidadoso porque estes consomem, em média, mais de três medicamentos diferentes. Além de outros remédios devido a doenças como diabetes ou hipertensão. Por outro lado, as desordens mentais comprometem a adesão ao tratamento. Estima-se que 50% dos pacientes não tomam corretamente os medicamentos e isso traz prejuízo ao tratamento. Aumentando a necessidade de internações para o controle do processo agudo.
A assistência multidisciplinar ao portador de transtornos psiquiátricos é importante em vários aspectos. Algumas pesquisas apontam para um número de gravidezes não planejadas maior do que no resto da população feminina. Parte da explicação se dá pela própria condição mental de controle do comportamento. Mas parte da explicação é porque alguns medicamentos psicoativos podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais.
Discutir o problema é importante, porque acredita-se que os transtornos mentais estejam presentes entre 20% e 50% da população adulta, dependendo do grupo estudado. Nas mulheres e nos trabalhadores está mais presente.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail
[email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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