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Hoje é o Dia mundial da doença de Parkinson

11/04/2016Da Redação
Hoje é o Dia mundial da doença de Parkinson | Jornal da Orla
Segunda-feira, 11 de abril, é o Dia Mundial da Doença de Parkinson, data instituída para ampliar a conscientização sobre a doença, incentivar a pesquisa e a inovação no seu tratamento. Trata-se de um distúrbio ainda sem cura, sem causa conhecida, progressivo e degenerativo do sistema neurológico, que afeta os movimentos e a coordenação dos portadores. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos. No Brasil, estima-se que a prevalência do Parkinson seja de 100 a 200 casos para cada 100 mil habitantes. 
 
Seu principal fator de risco é o próprio envelhecimento, o que explica o fato de a doença se manifestar, na maioria das vezes, em pessoas idosas. Porém, como lembra o neurologista Sérgio Butori, “a idade média para inicio dos sintomas é aos 53 anos. Há ainda casos esporádicos de surgimento antes dos 40 anos de idade”. Foi descrita pela primeira vez em 1817 pelo médico inglês James Parkinson.
 
Causas e prevenção
A principal causa da doença de Parkinson é a morte das células do cérebro, em especial na área conhecida como substância negra, responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos. Sem a dopamina, as células nervosas dessa parte do cérebro não podem enviar mensagens corretamente. Isso leva à perda da função muscular e o dano piora com o tempo. A causa exata da degeneração dessas células do cérebro é desconhecida.
 
Fatores diversos também podem produzir a síndrome, como o uso de determinados medicamentos, doenças psiquiátricas, exposição a determinadas toxinas, traumatismos de crânio repetitivos (exemplo é o problema conhecido como mal dos boxeadores). Pesquisadores identificaram que determinadas mutações genéticas podem causar o Parkinson, mas ela não e uma doença hereditária normalmente. 
 
Ainda não existe prevenção. No entanto, quanto antes for descoberta, melhor será a resposta do paciente ao tratamento. “Adiar a procura por ajuda médica reduz a efetividade da terapia e traz prejuízos na qualidade de vida,” alerta o neurocirurgião Fábio Godinho.

Sintomas e diagnóstico
O sinal mais conhecido de Parkinson é o tremor, mas, de acordo com o seu principal indicador é a bradicinesia, que consiste na lentidão dos movimentos.

“Geralmente, os primeiros sinais da doença de Parkinson são sutis. Muitos ficam surpresos ao saber que a falta de expressão facial, perda do olfato, constipação, tontura, desmaios, postura curvada e dificuldade para dormir também podem ser sintomas da doença”, conta Fábio Godinho. Segundo o especialista, a maioria das pessoas só reconhece a doença quando surgem os tremores constantes e a dificuldade para se movimentar e andar. 
 

Principais sintomas motores: Lentidão de movimentos, chamada bradicinesia; agitação ou tremor em repouso; rigidez dos braços, pernas ou tronco; problemas com o equilíbrio e quedas, também chamado de instabilidade postural.
Principais sintomas não-motores: Humor (depressão, ansiedade, irritabilidade); alterações cognitivas (atenção, problemas visuo-espacial, problemas de memória, alterações de personalidade, psicose / alucinações); prisão de ventre; hiperidrose (suor excessivo), especialmente das mãos e pés; perda de olfato e distúrbios do sono.
 
O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. “Muitas vezes recomendamos exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal, entre outros. Ainda assim o diagnóstico do Parkinson é baseado no histórico clínico do doente e no exame neurológico”, esclarece o neurologista Sérgio Butori. 
 
Tratamentos e Perspectivas
O tratamento deve ser contínuo e iniciado assim que é feito o diagnóstico. Deve incluir a fisioterapia (com a estimulação da atividade física), o suporte psicológico, a terapia ocupacional, o uso de drogas específicas e mais raramente a intervenção cirúrgica. O tratamento medicamentoso é necessário quando existem sintomas importantes, como os tremores, a dificuldade para se movimentar e a lentidão dos movimentos. 
 
Hoje, além do tratamento convencional, existe a neuroestimulação, terapia que consiste na implantação de um aparelho parecido com um marca-passo no peito do paciente, que envia estímulos elétricos, por meio de eletrodos, para áreas específicas do cérebro, ajudando a pessoa a controlar seus movimentos e recuperar a autonomia. Segundo Fábio Godinho, o implante é uma alternativa para os casos em que o tratamento medicamentoso deixou de ser eficiente ou para quem sofre muito com os efeitos colaterais.
 
A recomendação aos familiares é que busquem entender mais sobre Mal de Parkinson, para estimular seus parentes no tratamento. Há também entidades e associações que oferecem suporte psicológico, o que auxilia no tratamento. Em Santos, existe o Grupo Lótus – Associação Parkinson da Baixada Santista,  que funciona na Avenida Conselheiro Nébias, 368.