Coluna Dois

Robinho e Peixe: entre tapas e beijos

13/02/2016
Robinho e Peixe: entre tapas e beijos | Jornal da Orla
A novela Volta-Não Volta 3, de Robinho ao Santos, teve desfecho nesta semana. O atacante, aos 32 anos, bateu asas e voou em direção ao Atlético Mineiro.
 
Robinho tem grande identificação com a torcida do Peixe. Uma pelos grandes momentos que já viveu no clube. Outra pelas juras do amor que sempre fez questão de demonstrar pelo alvinegro da Vila.
 
Nesses dois pontos estão os fundamentos da reação dos torcedores à decisão de Robinho.
 
A história faz de Robinho um ídolo eterno do Santos. O título brasileiro de 2002 em cima do Corinthians, em que ele pedalou e foi protagonista, é eterno. Tem o bicampeonato em 2004. E tem a Copa do Brasil de 2010, em que ele, na primeira volta, foi a cereja do bolo daquele time mágico que tinha Neymar e Ganso voando.
Aí se formata a reação de decepção do torcedor. Essa importância toda, somada às juras de amor, provoca uma expectativa de um final de carreira de gratidão ao clube. Alguma coisa na linha de Juninho Pernambucano que, na volta ao Vasco, jogava por um salario mínimo. Ou como os argentinos têm feito: Diego Milito no Racing, Verón, um pouco antes, no Estudiantes, Tévez, no auge, de volta ao Boca, Aguero, que promete voltar em 2019, aos 31, para o Independiente.
 
Robinho optou por uma proposta melhor. Mais dinheiro. O torcedor apaixonado pensa: 
 
“Mas ele não precisa, está rico”.
 
Tecnicamente e em termos de grupo, talvez a não-volta de Robinho tenha sido a solução ideal para o Santos. Ele andou na reserva na China e já na última passagem pela Vila não mostrava a exuberância física de quem se entrega aos treinos. Mesmo assim, voltou à Seleção Brasileira.
 
Lógico que esse descuido com o condicionamento pode ser revertido nesse novo momento da carreira. Só depende do próprio Robinho.
 
Nessa passagem recente pelo Santos, Robinho, sem nenhuma dúvida, deu personalidade ao time. Mas muitos dirigentes e torcedores questionavam o tipo de liderança que ele exercia sobre o elenco, a da irreverência e da descontração. Preferem o estilo de líder de Ricardo Oliveira, da discrição, da responsabilidade e da dedicação aos treinamentos.
 
A ida para o Atlético não esgarça a trajetória construída por Robinho como ídolo no Santos. E provavelmente não é o último capítulo dessa história. Pode esperar que vem mais por aí. 
 
Paulistão
A 4ª rodada do Campeonato Paulista traz o primeiro grande clássico do estado neste ano. No domingo, às 17h, Corinthians e São Paulo jogam em Itaquera ainda com as lembranças recentes do 6×1, na penúltima rodada do Brasileirão. Antes, no sábado, o Palmeiras recebe o Linense, às 17h, para superar os dois empates seguidos antes de estrear na Libertadores. O Santos, com Patito Rodriguez no lugar de Paulinho, visita o Novorizontino às 21h.
 
Europa quente
A rodada do final de semana no Campeonato Inglês e também no Italiano é um prato cheio para quem gosta de grandes jogos. No sábado, às 17h45, a Juventus, vice-líder, coloca a série de 14 vitórias seguidas contra a líder Napoli. Dois pontos separam as equipes. No Inglês, os quatro primeiros na tabela se enfrentam. O líder Leicester, com cinco pontos de vantagem, visita o Arsenal no domingo, às 10h. No mesmo dia, o Manchester City encara o embalado Tottenham, às 14h15. Todos os jogos têm transmissão dos canais ESPN.
 
Posse de bola
O meia Lucas Lima deu entrevista nesta semana falando que está de olho nas estatísticas do time e também pessoais. Disse que pretende finalizar mais ao gol e que Dorival insiste nos treinamentos para o time trocar muitos passes e manter a posse da bola. Após três jogos, o Santos é o segundo clube que deu mais passes no Paulistão: 1,356. O líder é o Audax, do técnico Fernando Diniz, que está no clube desde 2013 e ganhou fama pelo estilo de jogo do clube que imita o Barcelona. O time de Osasco concluiu 1.472 passes nas três primeiras partidas. Os dados são do Footstats. 
 
Pra história
O armador Raulzinho foi mais um dos brasileiros a se aventurar na NBA, principal liga de basquete do mundo. O mineiro assinou com o Utah Jazz no início da temporada. Na primeira temporada, os calouros normalmente jogam poucos minutos. Raulzinho contrariou essa tradição: se firmou na equipe e vai disputar o tradicional All Star Weekend neste final de semana. O armador vai representar a “Equipe Mundo” no duelo de calouros contra os segundo-anistas. Antes de Raulzinho, entre os brasileiros, apenas Nenê tinha disputado o evento em 2003 e 2004.