A fisiculturista de Guarujá, Mirian Fernandes, de 47 anos, acaba de receber o título de mulher mais forte do mundo ao conquistar quatro troféus durante a disputa do Mundial de Levantamento de Peso, organizado pelo World Association of Benchers and Dead Lifters (WABDL), realizado entre os dias 17 a 22 de novembro, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos (EUA).

 

Para receber a faixa, Mirian teve que pegar pesado, literalmente. A atleta de Guarujá ficou com o lugar mais alto do pódio nas provas de Deadlift (Terra), em que levantou 200 quilos, e Bench Press (Banco de Supino), onde atingiu a marca de 100 quilos. No total, a fisiculturista conquistou quatro troféus, dois na categoria Master, para competidoras com idade entre 47 a 59 anos e até 82 quilos, além de outros dois na categoria Open, sem restrição de idade e peso.

 

“Estou muito feliz com esse resultado. Competi com atletas de 57 países. O nível estava altíssimo, o que valorizou ainda mais o título”, conta a mulher mais forte do mundo, que surpreendeu a todos por competir sem equipamentos (RAW). “Todas as outras atletas estavam com o acessório, só eu estava sem. Eles dão cerca de 40% a mais de estabilidade, isso ajuda bastante”, completou.

 

Mesmo com um currículo invejável, com diversos títulos nacionais e internacionais, Mirian, que não possui patrocínio, precisou da ajuda de amigos para correr atrás do sonho de conquistar o mundo. A atleta conta que o esporte não é valorizado no país, na visão das empresas. “Meus apoiadores e amigos colaboraram no custo das passagens, visto, alimentação, etc. O Bolsa Atleta também ajudou a custear parte da viagem. Mas para uma disputa deste porte é preciso que a iniciativa privada faça sua parte e invista, para que o Brasil tenha cada vez mais nomes entre os melhores do mundo”.

 

Mirian conta com apoio da Academia Vert Club, Salão Robert Hair e Valentina Fitness e pelo bom desempenho no mundial, ganhou um curso de inglês na Escola de Idiomas CNA de Guarujá, para representar ainda melhor a Cidade nas competições mundo afora.

 

Olimpíadas – E para quem pensa que o título mundial foi o último grande desafio da carreira de Mirian, ela mesmo da a resposta. “Ainda não cheguei no meu limite. A partir de 2016 vou me dedicar ao levantamento de peso olímpico (LPO) para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio”. Por enquanto o País não possui nenhuma mulher com indíce para os Jogos do Rio, no ano que vem.

 

O LPO está dividido em dois movimentos, o arranco e o arremesso, diferentes das atividades que a fisiculturista está habituada a fazer nas competições. “Tudo se torna mais fácil com a técnina. Preciso treinar bastante pois os movimentos são mais complexos”, conta a atleta que tentará uma vaga na equipe de LPO do Palmeiras, referência no Brasil por ter um departamento especializado na modalidade.