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Que saudades!!!

28/11/2015Da Redação
Que saudades!!! | Jornal da Orla
Tudo parece tão distante. Ao mesmo tempo, tão perto. Ontem ainda nos víamos criança, fazendo pirraça toda vez que tínhamos que ir para a casa da avó, aos domingos.

-É sempre a mesma coisa. – Reclamávamos. Afinal, lá não havia outras crianças. Eram somente adultos que ficavam um tempo enorme ao redor da mesa do almoço, falando a respeito de coisas tolas, que não nos interessavam.

Tudo era monótono. E nos perguntávamos como nossos pais podiam gostar daquela comida. Todo domingo era a mesma.

Risoto, frango assado, maionese. Qual a graça? Por que não podíamos ir a outros lugares, passear, jogar bola?

Todos diziam que domingo era o dia da família. Durante a semana, o trabalho e a escola envolviam os familiares, de tal forma, que nem se encontravam para as refeições.

Quando um estava chegando, o outro estava saindo. Por isso, diziam, aqueles encontros semanais eram tão importantes.

Lembramos agora, com saudade, daqueles dias em que estávamos juntos, em que o riso corria solto por tudo e por nada.

Mesmo que os pequenos ficassem emburrados em um canto, podíamos ouvir a conversa descontraída e constante, durante horas.

Sim, porque depois do almoço, ficava-se para esperar o café da tarde: bolo, bolachas, queijo, geleias, pães variados.

Para esse horário, habitualmente, chegavam tios e tias, com a filharada. Então, sim, havia os primos legais com os quais compartilhávamos as brincadeiras e nos faziam esquecer de como as horas, até ali, haviam sido chatas.

Domingos em família.

O tempo rolou. Crescemos, ficamos distantes do lar, alguns anos, para os estudos universitários, pós-graduação, especialização.

Constituímos nossa família, iniciamos a carreira profissional longe das nossas raízes.

Quando começaram a chegar os filhos, lembramos dos domingos da nossa infância. E   uma certa nostalgia, vez ou outra, nos bate à porta do coração.

Almoço em casa dos pais, dos avós, somente em períodos de férias. E, ao chegarmos ali, há tanto a falar, a dizer, a lembrar.

Recordamos da infância e das reclamações. Com certeza, hoje são nossos filhos, sobretudo os adolescentes, que devem achar tudo chato e repetitivo.

-Férias deveriam ser mais animadas, com viagens pitorescas!  – Devem dizer, nos poucos dias que ficamos com a família.

Logo mais, como nós mesmos, eles recordarão desses momentos com saudade. E, como nós, possivelmente, os desejarão reprisar, mesmo que seja somente, por alguns poucos dias por ano.

[com base na Redação do Momento Espírita]

Quase sempre as coisas acontecem assim. Enquanto estamos gozando do convívio dos familiares, não damos o devido valor.

Tudo parece corriqueiro, rotineiro. Contudo, basta que circunstâncias nos distanciem, ou que alguém feche a mala e se bandeie para a pátria espiritual, e a saudade se apresenta.

Então, a vontade de reprisar conversas tolas, brincadeiras inocentes e reuniões tidas antes por fastidiosas, se apresenta.

O que não daríamos por uma dessas reprises!!!

Pensemos sobre o que temos, agradeçamos as horas familiares de que dispomos.

Gozemo-las, intensamente. E coloquemos todas as lembranças no baú do coração para um dia, que poderá ser próximo ou distante, em que já não tenhamos alguns amores ao nosso lado.

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE