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Crise da Usiminas ameaça toda a região

05/11/2015Da Redação
Crise da Usiminas ameaça toda a região | Jornal da Orla
O anúncio da Usiminas, de que interromperá atividades na usina de Cubatão e demitirá cerca de 4 mil trabalhadores, mobilizou políticos e sindicalistas da região. A semana foi marcada por uma série de reuniões, em Santos, Cubatão e Brasília, na tentativa de reverter a decisão. 

A próxima semana promete ser decisiva. Está marcada para  quarta-feira (11), uma mobilização de trabalhadores de várias categorias, organizada pelas centrais sindicais. “Vai haver impacto em toda a Baixada Santista”, resume o presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil, Marcos Braz. 

Na terça-feira (12), está agendada uma reunião de lideranças políticas da região, entre elas a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, com o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza. 
 
O fim
Marcia Rosa tem razões de sobra para se preocupar. Se a situação financeira de Cubatão já era péssima, chegará ao fundo do poço. Ela calcula que metade do que a Prefeitura de Cubatão arrecada em tributos vem da Usiminas. “Se o fechamento se concretizar, o município fecha”.
 
Diálogo 
Na terça-feira, em reunião extraordinária do Condesb, os prefeitos da região prepararam um documento em que pedem que a empresa, durante 120 dias, não suspenda a produção nem demita trabalhadores. “Nesse período, vamos dialogar para construir alternativas junto aos governos estadual e federal, buscando preservar os empregos”, disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa. 
 
O bom para a empresa
O deputado federal João Paulo Tavares Papa (PSDB) acredita que a situação é reflexo da crise econômica do país. “Precisamos ser criativos e oferecer aos acionistas da empresa as soluções para que ela reverta a decisão que já tomou”, disse. 
 
Críticas na Câmara
Na Câmara de Santos, os vereadores se revezaram para protestar contra a decisão da empresa e destacaram a necessidade de a classe política agir para reverter a situação.

“Foi a crônica de uma morte anunciada. Eles nunca foram bons empregadores. Desde que chegaram, aumentaram as terceirizações”, disse Benedito Furtado (PSB). “A empresa tem que saber que tem a hora que se come o filé mignon e tem hora que se segura o osso”, afirmou Del Bosco Amaral (PPS). 

“É impossível que a empresa seja inviável”, protestou Murilo Barletta (PR). Antônio Carlos Banha (PMDB) lembrou os financiamentos obtidos pela Usiminas, que em pouco mais de dez anos recebeu R$ 2,3 bilhões do BNDES. “Onde foi parar este dinheiro?”, questionou.