Durante o evento, as crianças assistiram ao curta-metragem “Bilu e João”, de Kátia Lund, que faz parte do filme “Crianças Invisíveis”. Com os olhos vidrados no telão, os alunos puderam ter uma amostra da realidade vivida por muitas crianças de comunidades carentes, que são inseridas no mundo do trabalho desde muito cedo para complementar a renda dos pais.
Através de brincadeiras antigas como “Telefone sem fio” e “Morto-vivo”, a assistente social da Secretaria de Assistência Social (SEAS), Marina Penteado, descobriu um modo de conseguir abordar o tema com a garotada de uma maneira simples e descontraída. Segundo ela, a importância de trazer essa temática para a escola é uma das maneiras de fazer com que as próprias crianças sejam vigilantes de seus próprios direitos.
“As professoras fizeram um grande trabalho e muitas das coisas que foram ditas as crianças já sabiam. Eu acho que é importante para que as crianças possam multiplicar essa informação a respeito do trabalho infantil, que traz prejuízos tanto para a saúde quanto para o aprendizado, sem contar o movimento psíquico”, disse.
No Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988, adolescentes a partir de 14 anos podem trabalhar apenas na condição de aprendiz, com supervisão de um profissional. Já aos 16 anos, o trabalho pode ser exercido, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre.
“Nessa nossa região, o que nós mais temos é denúncias de exploração do trabalho infantil. As crianças até tentam esconder isso da gente, mas outros moradores vêm confirmar as denúncias que são trazidas para nós. Muitos dos que estão aqui ouvindo a palestra, nós sabemos que têm esse trabalho ‘extra’ após os estudos”, disse.
Segundo a diretora, as faltas na escola são um dos principais fatores que revelam a exploração do trabalho infantil. Além disso, muitos dos próprios docentes testemunharam seus alunos fazendo malabares em semáforos ou carregando sacolas em supermercados da região, em troca de algum dinheiro.
“De início, eles negam, mas aí nós conversamos e passamos para o Conselho Tutelar. Os pais negam, dizem que eles vão porque querem.
Confira a matéria completa no Jornal da Orla na TV:
Deixe um comentário