Para quem ainda tinha alguma dúvida, as notícias desta semana escancararam de vez a bandalheira no mundo do futebol.
No São Paulo, uma briga de ex-comadres. Normalmente, nesses bate-bocas afloram as verdades. Inclusive as mais fedorentas. Um e-mail atribuído ao ex-vice-presidente Ataíde Guerreiro e enviado ao presidente Carlos Miguel Aidar fala de “comissões” absolutamente indevidas e lesivas ao clube em contratações de atletas e na intermediação de negociações com fornecedores, no caso a Under Armour. Ataíde gravou Aidar falando disso.
Simples assim. O cartola vai usar dinheiro do clube para a aquisição de um atleta. Põe um sobrepreço e reparte com o vendedor. Na negociação com a fornecedora de uniformes, faz uma redução no valor que o clube deveria receber. A “comissão” vem por fora, nesse caso por intermédio da empresa da namorada de Aidar, Cinira, a TML Tudo, segundo Ataíde Guerreiro, em dinheiro circulante para evitar riscos de ser apanhado nas operações bancárias.
O cartola tem oportunidades de ilícitos em todos os negócios. Ou aumentando o que o clube tem a pagar ou reduzindo o que tem a receber. Nos dois casos, reparte esse dinheiro desviado do clube com o outro lado beneficiado por essa roubalheira.
Isso explica claramente a presença de cartolas que ficam no clube o dia inteiro sem trabalhar em outras atividades e sem terem empresas de onde tirar o próprio sustento. Explica também a presença de outras figuras sinistras que ficam dentro dos clubes sem função definida.
Explica também por que os clubes estão sempre endividados.
Não é só no São Paulo. Esse tipo de bandalheira é generalizado.
Outra notícia desta semana é que a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) pediu que a Caixa Econômica Federal e o BNDES entreguem à CPI que investiga os contratos do próprio BNDES todos os documentos relativos ao financiamento da Arena Corinthians. Envolvendo BNDES e Odebrecht, o que será que pode sair daí?
A roubalheira não é exclusiva do Brasil
Também nesta semana o Comitê de Ética da Fifa suspendeu o presidente Joseph Blatter das funções por 90 dias por conta de investigações desse mesmo tipo de negociatas nos contratos da entidade. A pressão partiu de patrocinadores como Coca Cola, Nike, Visa e McDonald’s incomodados com a associação da imagem a esse tipo de maracutaias.
Apanhado no contrapé
O ex-presidente Luís Álvaro, do Santos, já deu 4 versões diferentes para a carta que autorizava o pai de Neymar a negociar com outros clubes. Na quarta versão, ele disse numa entrevista que a tal carta foi minutada e assinada por Luciano Moita, ex-diretor jurídico.
Moita aciona judicialmente Luís Álvaro porque diz que nem sabia da existência dessa carta. Exige retratação ou vai processar Laor. O oficial de justiça tentava citar Luís Álvaro desde o primeiro semestre sem êxito. Nesta semana, entretanto, Luís Álvaro foi ministrar uma palestra em SP sobre gestão de futebol. O oficial – alertado – foi ao local e conseguiu – finalmente – formalizar a citação judicial.
Mais problemas
Não bastassem os problemas internos na diretoria do São Paulo, o STJD confirmou a denúncia sobre o caso do zagueiro Iago Maidana. Caso seja considerado culpado, o clube pode ser impedido de realizar transferências por um determinado período. Iago foi contratado pela empresa Itaquerão Soccer, que pagou R$ 800 mil ao Criciúma pelo jogador e, em seguida, o registrou no Monte Cristo, clube da terceira divisão goiana. Apenas dois dias depois, o São Paulo comprou 60% do jogador por R$ 2 milhões. A negociação infringiu o artigo 10 do Regulamento Nacional de Registro e Transferência de jogadores de futebol 2015.
Final feliz?
O Santos está confiante na renovação de contrato do volante Thiago Maia, de apenas 18 anos. O contrato da joia termina em fevereiro do ano que vem e a novela que já teve muitos capítulos está próxima de um final. Thiago Maia quer ficar no clube e tomou a frente nas negociações, rompeu com o empresário Juan Figer e terá reuniões com os dirigentes do clube e sua mãe nos próximos dias. Titular absoluto de Dorival Júnior, a revelação tem 29 jogos pelo Peixe e um gol marcado.
Leo Correa/ MoWA Press/Divulgação
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Eliminatórias
O Brasil começou com o pé esquerdo o caminho para o Mundial da Rússia, em 2018. A derrota para o Chile foi dura. Mostrou, mais uma vez, a dependência de Neymar e algumas insistências exageradas de Dunga. A primeira mexida, sem contar a entrada de Marquinhos por lesão de David Luiz, só aconteceu após o Chile abrir o marcador. Estava claro que o quarteto de frente com Willian (foto), Oscar, Douglas Costa e Hulk não rendia, principalmente Oscar. Lucas Lima só entrou aos 40 minutos. As seleções historicamente mais fracas estão mais fortes desta vez e a jornada não será fácil. O Brasil volta a campo na terça-feira (13), diante da Venezuela no Estádio Castelão, às 22h.
Reta final
Está em andamento a Etapa da França, disputada na praia de Hossegor, válida pelo circuito mundial de surfe. Restando apenas três etapas, a briga pelo título segue acirrada. Felipinho Toledo já foi eliminado e pode se distanciar dos líderes Mick Fanning e Adriano de Souza, o Mineirinho. São cinco brasileiros que disputam as baterias da terceira fase: Jadson André, Italo Ferreira, Adriano de Souza, Tomas Hermes e Gabriel Medina.
Grande notícia
A comunidade do poker brasileiro está prestes a receber uma grande notícia. Apesar de não ser proibido, a Confederação Brasileira de Texas Holdem luta há anos para regulamentar o esporte da mente definitivamente. E a boa notícia chegou: o Ministério do Esporte vai criar um Grupo de Trabalho para analisar toda legislação brasileira que rege o poker. Para ficar claro, o poker nunca foi proibido no Brasil, mas a legislação pode ser distorcida e às vezes atrapalha os amantes do esporte. Com esse passo importante e um regulamento claro, o jogo tem tudo para crescer ainda mais no Brasil.
