Esportes
Mesmo com um currículo invejável quando se trata de força, flexibilidade e potência, a atleta guarujaense Mirian Fernandes, a mulher mais forte do Brasil e da América do Sul, pode ficar fora da disputa pelo título de mulher mais forte do mundo. A faixa será concedida na disputa do Mundial de Levantamento de Peso, organizado pelo World Association of Benchers and Dead Lifters (WABDL), que acontece de 17 a 22 de novembro, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos (EUA).
Mirian conquistou a classificação ao vencer o Brasileiro de Levantamento Básico (terra e supino), em 15 de agosto, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, mas não tem como custear a viagem.
“A Associação Mundial não arca com as despesas dos atletas, cada um tem que se virar como pode. Eles apenas nos enviam uma carta de solicitação de patrocínio (em anexo) atestando que o atleta está qualificado para a competição. Eu já consegui tirar o passaporte, mas falta dinheiro para passagem, hospedagem e alimentação. Seria muito triste para o País ter uma atleta classificada e com chances reais de ganhar, ficar de fora da disputa por questões financeiras”, desabafa.
Bolsista Atleta do programa Municipal da Prefeitura de Guarujá há dois anos, Mirian conta que o auxílio financeiro que recebe a ajuda a se manter no esporte, mas ressalta que não cabe apenas ao município a responsabilidade para com um esportista.
“O valor que recebo da Bolsa (Atleta) me ajuda na compra de suplementos e em competições locais. Sou grata ao município por ter um programa que se preocupa com seus talentos. Mas para uma disputa deste porte como é o mundial, é preciso que a iniciativa privada faça sua parte e invista, dando suporte e ajudando a levar o nome da cidade e do país pelo mundo afora”, disse.
Se conseguir patrocínio para ir para Las Vegas, Mirian terá outro desafio pela frente. Para se tornar a mulher mais forte do mundo ela terá que mostrar toda sua força no levantamento básico e vencer as provas de supino (deitada num banco, o atleta eleva um peso máximo de peso) e terra (em pé, o atleta eleva a barra com peso máximo até a altura do quadril). A meta da guarujaense é levantar 110 kg no supino e 210 kg no terra, nas categorias máster e open.
“Estou focada na competição, me preparando e confiante que estarei lá junto á elite mundial da modalidade. Quero ser a 1ª guarujaense e brasileira a me tornar a mulher mais forte do mundo na minha categoria. Acredito em mim porque sei minhas reais chances, e confio em Deus que vou conseguir ir para Las Vegas”, conta otimista.
Mirian já tem até planos para depois do mundial. “Após essa disputa pretendo me voltar outra modalidade do meu esporte, que é o Levantamento Olímpico. Estou em tratativas com um grande clube para ter condições específicas de treino e tempo para me preparar para os Jogos de 2020. O país carece de atletas de força no feminino”, conclui.
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