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Inteligência química

22/09/2015Da Redação
Inteligência química | Jornal da Orla
Em nenhum outro momento da história da humanidade se produziu e se difundiu tanto conhecimento quanto atualmente. E a internet é responsável por boa parte de tudo isso. E também, o ritmo de vida está alucinante. Você já deve ter falado: mas já é Natal de novo? O inverno passou e nem vi. O volume de conhecimento mais a sensação de maior velocidade do mundo criou uma angústia social de que nunca sabemos o suficiente.

Os nootrópicos, substâncias que serviriam para aumentar a capacidade de aprendizado, são aceitos por essa sociedade muito competitiva, exigente de respostas rápidas e constantes, necessárias para o desenvolvimento pessoal, comercial e tecnológico. Essas substâncias vão desde a cafeína, do cafezinho, até substâncias indicadas, em princípio, para outros distúrbios, como o metilfenidato no déficit de atenção e hiperatividade.

Recentemente, muitos jornais do mundo todo estão divulgando resultados de pesquisas sobre o modafinil como nootrópico. Medicamento, inicialmente indicado ao controle da narcolepsia, ou sonolência excessiva. Foi lançado no mercado mundial ao final da década de 1990. O FDA e a Agência Europeia de Medicamento já emitiram alerta de que é uma substância para ser usada exclusivamente com essa finalidade e não como nootrópico. 

Ressaltam o alto risco de reações cutâneas graves, potencialmente fatais. Além de ser uma substância totalmente contraindicada para jovens com menos 17 anos. Essas autoridades constataram a ligação entre o uso de modafinil e reações psiquiátricas adversas, como ideação suicida, depressão e episódios psicóticos. Também, distúrbios cardiovasculares, como hipertensão e batimentos cardíacos irregulares. Lembrando que a escolha de um medicamento se dá na relação entre o benefício que traz e o risco das reações adversas. Para a narcolepsia, essa relação justifica o uso do modafinil, apenas para essa indicação.

Por outro lado, como nootrópico, essa relação não é positiva, pois questiona-se a real possibilidade de se conseguir esse efeito. Se há estudos mostrando ganho na concentração, outras pesquisas mostram o contrário, ou seja, não existir melhora na performance na aprendizagem. Há de considerar que o aprendizado depende de diversos fatores, como concentração, memória e significância do conhecimento para o indivíduo, além de conteúdos prévios que permitam formar uma linha de raciocínio. Há de se considerar que o cansaço e tensões prejudicam a cognição.

Outro elemento importante, é o de que a inteligência, nos dias de hoje, é entendida de diversificada e cada indivíduo as têm em diversos graus. Será possível aumentá-la sem esforço e dedicação? Apesar de parecer interessante comprá-la na forma de comprimidos. 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.