A asma é uma doença pulmonar na qual as vias respiratórias estão contraídas a ponto de dificultar a saída do ar, comprometendo toda a dinâmica na troca dos gases, do oxigênio a ser captado e o gás carbônico a ser eliminado. A asma é uma doença cíclica, em que há alternância entre crises e momentos de normalidade. Assim, a terapêutica tem dois objetivos, diminuir a frequência das crises e controlar sua gravidade.

Uma via de escolha muito frequente é a pulmonar, pela utilização de inaladores, nebulizadores ou sprays. É uma via importante porque traz uma série de vantagens, como a redução da dose. O medicamento atinge o local de ação, sem passar por todo o organismo, como o fígado, principal responsável pela metabolização da substância para facilitar sua eliminação, normalmente, realizada pelos rins.

O portador da asma conhece o uso do spray, a popular bombinha. Mas vários estudos mostram que a maioria dos doentes a utilizam de forma errada. Algumas pesquisas chegam a afirmar que apenas 15% dos usuários o fazem corretamente. Já outros consideram que o uso é correto, no máximo, por 70% dos asmáticos. Ou seja, um a cada três portadores de asma poderia melhorar o resultado terapêutico com o uso correto do dispositivo.

Os dispositivos inalatórios podem liberar substâncias líquidas ou em pó. Para as substâncias líquidas os dispositivos recebem o nome de inalador dosimetrado ou spray. A forma correta para administrar os medicamentos por spray tem algumas fases importantes.

Primeiro, certifique-se de que o cilindro metálico esteja firmemente preso à peça plástica, a qual vai à boca. Remova a tampa e agite vigorosamente o conjunto. Antes de aplicar o medicamento, é necessário “esvaziar” os pulmões. A saída do medicamento deve ficar a cerca de 5 cm da boca aberta e, então, pressione o tubo bem no início da inspiração, que deve ser profunda. Após a inspiração do medicamento, deve se prender o ar por 5 a 10 segundos, ou o máximo que se conseguir, para liberá-lo lentamente.

Algumas pessoas, como crianças e idosos, que não conseguem sincronizar corretamente a saída do spray com a imediata inspiração, então precisam fazer uso de espaçadores, estruturas que facilitam a inalação do medicamento. Um erro bastante comum é o de colocar o dispositivo em spray diretamente na boca. Com isso, boa parte do medicamento se adere à parede da boca, sendo deglutido, sem chegar aos alvéolos (elemento mais interior do pulmão) onde a substância irá efetivar a sua ação. Porém, levar o equipamento à boca é correto para aplicação de produtos em pó, usados a partir de cápsulas.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.