É a reestreia de Popó no boxe, depois de uma pausa de três anos. Aos 39 anos de idade ele volta com uma meta ambiciosa: quer disputar novo título mundial no próximo ano. “A luta vai ser boa. Tenha certeza disso. No primeiro round, bateu o gongo, vou para cima, fazer como sempre fiz. Para nocautear. Nenhum luta é moleza, sei que ele treinou para lutar comigo, não é meu perfil falar mal antes, meu perfil é fazer em cima do ringue”, avisa o pugilista, que ostenta a impressionante marca de 500 socos em três minutos.
As palavras de Popó podem enganar numa primeira análise. Não há nenhum sinal de arrogância e prepotência neste simpático baiano, que esbanja simplicidade e recebe os fãs com atenção e carinho. Seu retorno aos ringues atende ao convite do empresário Pepe Altstut, da Memorial, um aficcionado pelo boxe e grande incentivador do esporte.
Há cinco meses Popó vem se preparando para a luta deste sábado. O esforço incluiu sua mudança para Santos, onde há três meses corre diariamente na praia e treina seus jabs, diretos e ganchos no ringue montado especialmente para ele pela Memorial. “Santos hoje é a capital do boxe, as melhores lutas vêm acontecendo aqui, graças à iniciativa do seu Pepe, que gosta muito do esporte”, diz o pugilista.
Ele gostou de viver este tempo na cidade. O assédio é grande, principalmente da garotada, e o incentivo vem de todos os lados. “Até o motorista do ônibus buzina quando passo correndo na praia. As pessoas aqui são atléticas. A gente vê pessoas de idade praticando esporte. Incentiva o meu retorno, vendo tanta gente treinando. Um monte de coroa malhadão correndo. Se todo mundo pode, porque também não posso voltar de uma forma contundente”, conclui.
Carreira vitoriosa
Seus novos projetos incluem enfrentar ícones da modalidade para chegar ao quinto cinturão mundial, entre eles Floyd Mayweather e Manny Pacquiao. “Hoje, todos os campeões, Mayweather, Pacquiao e alguns outros, têm acima de 38, 40 anos. O Bernard Hopkins está com 50 anos e é campeão da Associação Mundial. O Mayweather tem 39 anos, é da minha idade”, relaciona. Como preparação, Popó deverá fazer outras duas lutas ainda este ano, a terceira novamente em Santos, provavelmente em dezembro.
Este é o seu segundo retorno aos ringues (o primeiro foi em 2012, depois de ficar cinco anos afastado). “El Chino” é um rival 13 anos mais jovem, fato que Popó não vê como empecilho e demonstra total segurança, até pela experiência que a vida lhe trouxe. “Estou mais rápido, mais pegador, com maior objetividade, mais cauteloso, não me expondo muito ao contragolpe. Analisei os erros do passado para consertar no presente. Isso que é bacana, a gente se autoavaliar e fazer uma reflexão do que pode ser feito melhor”, reflete.
“Sempre falo. O boxe não me parou. Não parei por lesão. Parei porque queria descansar o meu corpo. Faço boxe há 25 anos; 2007 foi a minha última luta, parei, descansei cinco anos, retornei contra Michael Oliveira a pedido do meu filho Popozinho. E agora estou voltando por desejo próprio. Descansei mais três anos. Agora dá. Vamos voltar, erguer o boxe”, afirma o pugilista.
Também estará presente seu irmão, Luiz Cláudio, que o acompanha desde que começou. “Está sempre comigo em todas as lutas. Quando acabo o treino e a primeira coisa que ele faz é tirar minha sapatilha. Me dá meu chinelo, prepara minha roupa”, comenta Popó.
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