Algumas doenças seguem essa lei. É relativamente fácil prever o aparecimento da anemia falciforme, hemofilia, fenilcetonúria, dentre várias outras, pelo histórico genético dos pais. Mas outras doenças não seguem esse padrão e surgem quando o nosso quadro genético interage com o meio ambiente. Estão dentro dessa condição a hipertensão, a aterosclerose e algumas psicoses. Nessa mesma linha de raciocínio, surgiu uma nova especialização que estuda de que modo o DNA das pessoas pode interferir na resposta aos medicamentos. Essa nova ciência é denominada de Farmacogenética.
A influência dos genes sobre os efeitos dos medicamentos pode acontecer desde sua eficácia até às reações adversas. O DNA de qualquer indivíduo é o responsável pela informação necessária para a constituição de todas as proteínas que existem no organismo. Pequenos trechos do DNA estão associados à modelagem de proteínas específicas.
Como membro de uma espécie, iremos encontrar proteínas semelhantes em todos os seres. Por exemplo, todos os indivíduos da espécie humana têm, no DNA, a informação para a produção da mioglobina, proteína constituinte dos músculos. Porém, é fácil perceber que algumas pessoas são melhor adaptadas a um tipo de esporte do que a outro, justamente porque sua miosina está mais adequada ao movimento de explosão ou de força.
Em relação aos medicamentos é a mesma lógica. Alguns hipertensos são refratários à terapêutica medicamentosa, ou seja, o tratamento não funciona. Alguns estudos sobre anti-hipertensivos demonstram que o nível de absorção intestinal é diferente indivíduo-a-indivíduo, comprometendo o tratamento. Isso em função de diferenças nas proteínas responsáveis pela absorção do medicamento no intestino.
Outro exemplo de influência genética no efeito dos medicamentos foi estudado para aqueles usados em disfunção erétil. O óxido nítrico é a principal substância responsável pela dilatação dos vasos sanguíneos no corpo todo. No pênis, ao dilatar os vasos, permite o enchimento dos corpos cavernosos provocando a ereção. O óxido nítrico é produzido no momento da necessidade. Por exemplo, produz vasodilatação no sistema digestório para facilitar a absorção dos nutrientes e na condição de excitação realiza essa função no pênis.
Os medicamentos para disfunção erétil aumentam a produção de óxido nítrico, estimulado pelo desejo sexual. Alguns homens, com determinadas características genéticas, elaboram as proteínas necessárias com menor capacidade de produção de óxido nítrico. Nem todas as pessoas com disfunção erétil tem essa condição genética, mas aqueles que a tem reagem com menos intensidade aos efeitos do medicamento.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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