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Falta em exames agendados prejudicam pacientes

17/07/2015Da Redação
Falta em exames agendados prejudicam pacientes | Jornal da Orla
Mais de ¼ de pacientes que agendou exames na rede municipal de saúde não compareceu aos procedimentos, segundo levantamento da Prefeitura. De janeiro a maio deste ano 28,26% dos exames deixaram de ser realizados porque o paciente faltou. O volume corresponde a 12.041 ausências entre os 42.614 exames marcados.
 
O não comparecimento dificulta a redução da fila de espera e pode prejudicar a saúde do paciente, alerta a chefe do Departamento de Regulação do Sistema (Dereg), Sandra Gallo.
 
“Melhoramos a oferta, mas o absenteísmo continua. Tem unidade que chega a 80% de faltas. O prejuízo maior é no atendimento, pois deixando de comparecer, o paciente interrompe o tratamento, podendo ter um agravo no quadro clínico, indo parar no PS. A falta também tira a vaga de alguém.  Infelizmente ainda há  uma cultura de que se melhorei não preciso fazer o exame.”
 
Apesar de medidas adotadas pela Secretaria de Saúde (SMS) há um ano para reverter esse índice, como aumento da oferta dos procedimentos médicos, agendamento eletrônico, contato telefônico e mensagens de texto enviadas ao celular do paciente para confirmação do exame, ainda assim, as faltas não diminuíram em relação ao mesmo período de 2014. Foram 42.879 agendamentos e 11.826 ausências (27,58%).
 
De acordo com o Dereg, o ultrassom é o exame com maior número de não comparecimentos – de janeiro a maio foram 32,64% (4.926), de 15.092 agendados. No mesmo período, a Prefeitura ampliou o número de procedimentos de 4 mil por mês, em 2014, no mesmo período, para cerca de 11 mil/mês neste ano.
 
Consciência
Segundo Sandra Gallo, é importante que o paciente tenha consciência e responsabilidade com a própria saúde. “Trabalhamos para oferecer um serviço de qualidade na rede pública. Temos que construir  a consciência de que a Prefeitura investe na compra dos procedimentos que a população precisa e a ausência também prejudica o planejamento de outras necessidades”, afirma.
 
Redução da fila de espera
Com a meta de reduzir o tempo do agendamento para até um mês, a SMS pede a colaboração da população. Segundo o Dereg, após as medidas adotadas, o paciente leva, em média, até três meses para realizar o exame – antes era até um ano. Só o ultrassom, por exemplo, em dezembro de 2014 a demanda era de 4.951 usuários em fila de espera. Em abril deste ano caiu para 1.179. 
 
Estudo
Pesquisa junto aos usuários SUS (Sistema Único de Saúde) por um grupo de funcionários do Dereg detectou que as principais causas para o não comparecimento estão o número de telefone inexistente ou a troca de número.
 
“Com dois dias de antecedência enviamos torpedo, telefonamos e, em alguns casos, o agente comunitário de saúde vai até a residência lembrar o paciente do exame. Se ele avisa, conseguimos encaixar outro”, também salienta a chefe da Seção de Agendamentos, Consultas e Exames, Anilde Faria Barboza, do Dereg.
 
O dado integra o trabalho final de pós-graduação em Regulação em Saúde realizada pelos servidores em 2014, numa parceria entre Prefeitura, Hospital Sírio Libanês e Ministério da Saúde.