Dados da pesquisa do VIGITEL (Vigilância de Fatores de risco e proteção para doenças crônicas por Inquérito Telefônico) revelaram que 52,5% dos brasileiros estão acima do peso e 17,5% são obesos.
Uma pesquisa realizada pela Bariatric Surgery Worldwide aponta que 1,7 bilhão de pessoas no mundo sofrem com o excesso de peso e obesidade. O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias de redução de estômago, chegando, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a 72 mil cirurgias em 2012, perdendo apenas para os Estados Unidos que, no ano de 2003, realizaram cerca de 150 mil procedimentos do gênero.
Segundo o gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Jose Luis Lopes, o risco durante a cirurgia bariátrica é menor que 2%. “Por outro lado, os problemas de não fazer e continuar obeso são muitos, como o de desenvolver pressão alta, diabetes, dislipidemia (colesterol e/ou triglicérides altos), artropatias (doenças articulares por desgaste) e apneia do sono (alteração na respiração durante o sono). Esses riscos acarretam na diminuição da expectativa de vida do paciente”, alerta.
A cirurgia
Existem três tipos de cirurgia: restritiva, caracterizada pela diminuição da quantidade de alimentos que entra no trato gastrointestinal, mal absortiva, que reduz a capacidade de absorção do intestino, e mista, que utiliza as duas técnicas. A mista (bypass em y de Roux) é a mais equilibrada e com bons resultados a curto e longo prazos.
Inicialmente, a cirurgia é indicada para pessoas que apresentam índice de massa corporal (IMC = peso/ altura x altura), superior a 40 ou acima de 35 com pelo menos uma comorbidade (diabetes, pressão alta etc.). “A cirurgia não deve ser vista como último recurso, mas usada precocemente para evitar a progressão de doenças relacionadas à obesidade, auxiliando a aumentar a longevidade e qualidade de vida das pessoas”, esclarece Lopes.
Mude os hábitos de vida
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em média, metade dos pacientes que passam pelo procedimento voltam a engordar parcialmente e cerca de 5% das pessoas recuperam o peso que tinham antes de fazer a cirurgia.
“Mesmo depois da cirurgia, é importante que o paciente tenha uma mudança nos hábitos alimentares e comece a fazer exercícios físicos, visando uma melhor qualidade de vida”, recomenda o gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, José Luis Lopes.
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