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Guarujaense é a mulher mais forte da América do Sul

11/06/2015Da Redação
Guarujaense é a mulher mais forte da América do Sul | Jornal da Orla
A guarujaense Mirian Fernandes, 47 anos, acaba de ganhar o título de mulher mais forte da América do Sul, ao vencer na categoria strong o Arnold Classic Brasil, realizado no final do mês de maio, no Rio de Janeiro. Considerada a maior feira multiesportiva do País, pois reúne competições esportivas e também dá espaço aos negócios na área, o evento é promovido pelo ator e ex-fisiculturista Arnold Schwarzenegger, que esteve presente na competição.
 
O título de Mirian veio com gosto de superação. Duas semanas antes das provas, em um treino, ele teve fratura exposta do segundo dedo da mão direita. A atleta passou por cirurgia, mas seguiu para a competição. “Fui com o objetivo de assistir. Meus médicos me orientaram a não competir. Mas eu havia treinado durante um ano para essa competição e não seria agora que uma fatalidade iria me tirar da prova”.
 
E a superação foi mesmo o grande desafio da fisiculturista guarujaense. Composto por três provas (tombamento de pneu de 200 quilos, carregamento de barra de ferro de 180 quilos em cada mão e levantamento acima da cabeça de tora de madeira de 65 quilos), Mirian acabou fraturando o pé na segunda prova, quando deixou cair a barra de ferro de 180 quilos.
 
“Minha sorte é que eu estava com um tênis reforçado. Caso contrário poderia ter esmagado meu pé. Segui para a terceira prova com mão e pé prejudicados. Fui pra cima. Não poderia perder a oportunidade de ganhar esse título. Graças a Deus deu tudo certo e consegui atingir a pontuação oito nas três provas. A segunda colocada chegou a seis”.
 
O feito de Mirian é inédito no País. A atleta se tornou a primeira brasileira a se tornar campeã sul-americana e a entrar no seleto grupo de profissionais do fisiculturismo no mundo. No ano passado, a guarujaense já mostrava que quer chegar longe. Ela sagrou-se a primeira a possuir o título de mulher mais forte do Brasil. O próximo passo? Ela mesma conta:
 
“Com o título Sul Americano já estou classificada para concorrer no mundial que será realizado em setembro nos Estados Unidos. Quero ser a mulher mais forte do mundo”.
 
Trajetória – O fisiculturismo entrou na vida de Mirian aos 38 anos, quando cansada da rotina domiciliar, foi a convite de uma amiga desfilar roupas fitness no Rio de Janeiro. Lá, o evento também contava com competições, o que a encantou.
 
“Quando vi aquele ‘mundo novo’ fique fascinada e disse: quero isso pra mim. Quero concorrer no fisiculturismo. Passei a procurar profissionais da área e no ano seguinte eu já estava competindo. Eu já freqüentava academias desde os 14 anos e fui aprimorando. Logo os títulos vieram e não parei mais.”
 
Na vida esportiva Mirian não deixa de agradecer as pessoas que lhe dão apoio. “É muito difícil ser atleta nesse País. Eu graças a Deus tenho apoio da minha academia a Verti, que me permite treinar e estar preparada para as competições e a Prefeitura Municipal de Guarujá, que por meio da Secretaria de Esporte e Lazer me concede o Bolsa Atleta (pelo segundo ano consecutivo), que ajuda bastante com inscrições, passagens, hospedagens,  além dos meus apoiadores como fisiologista, nutróloga e uma loja de roupas fitness que me veste para as competições.”
 
Preconceito – Mirian conta que o fisiculturismo ainda sofre muito preconceito e talvez por isso, não receba o apoio necessário. “Por não ser um esporte olímpico e tampouco profissional, não conseguimos difundir nossa modalidade como gostaríamos. Contudo visamos o bem estar físico, a boa alimentação, enfim, a vida saudável, mas infelizmente não somos reconhecidos”.
 
Quanto aos comentários sobre o fisiculturismo deixar o corpo feminino masculinizado, a atleta guarujaense diz que esse tipo de preconceito não a afeta. “Tudo é uma questão de gosto. E eu sou apaixonada pelo que faço. Amo o esporte que escolhi para minha vida”.