Os anti-inflamatórios são os medicamentos mais consumidos no Brasil e no mundo. Como todo medicamento, sempre apresentam reações adversas e devem ser usados com muito critério. Nos últimos dez anos, e mais evidentemente nos últimos cinco, têm surgido evidências de que o seu uso aumento o risco de problemas cardiovasculares, podendo levar a morte devido ao infarto cardíaco, infarto cerebral (AVC) e formação de trombos.
A classe dos medicamentos anti-inflamatórios, também denominados de AINE, é formada substâncias químicas bem diferentes entre si, mas que apresentam o mesmo efeito terapêutico, ao diminuir a produção orgânica da substância prostaglandina, principal elemento responsável pelos sintomas inflamatórios. De um modo geral, a capacidade anti-inflamatória de todos os AINE é bastante equivalente, mesmo quando comparados os medicamentos mais antigos com os recentes. Porém, é possível uma pequena variação individual em relação aos resultados esperados frente aos vários tipos de AINE.
Todas as substâncias produzidas pelo organismo têm gama variada de efeitos.
Assim, a prostaglandina produzida, além de responsável pelos efeitos inflamatórios,
também realiza efeitos protetores no estômago contra o excesso de acidez. Então, ao se usar os AINE, espera-se certa irritação gástrica. Alguns AINE, também chamados de COX2 seletivos, diminuem a prostaglandina da inflamação, sem diminuir essa substância no estômago. São eles: etodolaco, meloxicam, nimesulida (antigos) e os coxibes (mais recentes).
A prostaglandina é produzida por diferentes enzimas denominadas COX-1, COX-2 e COX-3, que são distribuídas em vários órgãos com resultados fisiológicos diferentes. Inflamação e proteção gástrica são alguns deles. Cada vez mais fica claro um papel importante dessa substância no coração e reduzir sua produção pelo uso dos AINE (relembrando que essa é a função desses medicamentos) produz as reações adversas. Cada vez mais, está evidente que o uso de AINE traz reações adversas ao sistema cardíaco e vascular. As agências estrangeiras estão exigindo alterações nas bulas desses medicamentos.
Com essas considerações, não se deve usar anti-inflamatórios de forma indiscriminada. Eles apenas são indicados em casos de doenças crônicas progressivas que possam causar deformidades e destruição de tecidos. Os casos de inflamação aguda devem ser contornados com medidas não medicamentosas, como resfriamento do local. Se for necessário, utilize a menor dose possível, pois não adianta aumentá-la porque o efeito não é proporcional quando se atinge a dose teto. Grávidas, pessoas com problemas gástricos ou cardiovasculares, idosos, dentre outros não devem fazer uso de AINE.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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