O mais jovem deputado eleito à Assembleia Legislativa de São Paulo, e com uma votação expressiva, Caio França (PSB), revela, em entrevista ao programa Jornal da Orla na TV, quais são seus principais projetos e diz, também, como tem sido o aprendizado político com seu pai, o deputado federal Márcio França, eleito vice-governador de São Paulo. Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Com 26 anos, você é hoje o deputado mais jovem na Assembleia Legislativa do Estado. O que isso representa pra você?
Caio França – Olha, acho que não só para mim, mas para todo mundo, representa uma esperança, renovação, uma maneira nova de fazer política. Eu tenho uma tradição do meu pai, que foi prefeito, vereador, deputado federal, mas penso que as pessoas têm em mim um pouco da esperança de um jeito novo de estar mais próximo. É uma responsabilidade muito grande e eu quero honrar cada um dos votos que tive na região.
As pesquisas indicam que 80% dos brasileiros querem mudança, querem um novo jeito de fazer política. O que representa para você uma nova política?
Caio França – Eu acho que a proximidade do cidadão com os parlamentares é a principal questão que tem que ser discutida. Eu tento estar sempre próximo das pessoas, dos municípios, acho que essa é uma das principais virtudes que eu quero poder implantar ao longo do mandato. Sou a favor também de uma mudança na lei eleitoral, acho que a gente poderia fazer com que o voto distrital fosse colocado em prática. Eu sou a favor da unificação das eleições, o fim dessa quantidade de partidos que existem hoje faria com que algumas coisas na teoria também mudassem. Mas enquanto não muda a gente tem que mudar a nossa prática. Então, a minha prática vai ser de proximidade com as pessoas, mídias sociais, para poder aproximar os eleitores dos eleitos. Eu quero muito estar próximo das pessoas.
Você chega com uma expressiva votação. Mais de 123 mil votos. Apesar de jovem chega com um peso político à Assembleia. E quais serão as suas prioridades?
Caio França- Eu tenho comigo uma responsabilidade gigante. Mas, sem dúvida, à região da Baixada Santista, e do Vale do Ribeira, que me proporcionaram a honra de ser deputado, vou me dedicar bastante. A gente tem muitas questões a serem resolvidas, falo muito da questão da saúde pública. A gente tem aqui um atendimento centralizado em Santos e eu acho que dificulta muito para as outras cidades e que a gente poderia expandir um pouco mais às outras cidades. São Vicente, por exemplo, tem a tarefa de levar um hospital regional para lá. Eu penso que a mobilidade urbana hoje é uma questão a ser discutida também. Se a gente vive numa região metropolitana as pessoas precisam chegar de uma cidade para outra de maneira rápida, fácil e moderna, e o VLT vai trazer isso para nossa região. Só que ainda é um trecho pequeno, que vai ser beneficiado, dos Barreiros em SV, até Santos. Falta Área Continental, falta o Litoral Sul, então nós precisamos avançar com isso. Eu penso, também, que os jovens de nossa região carecem de qualificação profissional e esse é um desafio para nós. Entao eu vou estar próximo das pessoas para ajudar a solucionar cada um desses problemas.
A segurança pública, que é hoje uma preocupação crescente dos brasileiros. As pessoas do bem saem de casa pra trabalhar e não sabem se vão voltar, estamos reféns da criminalidade, não é? O que você acha que o Estado pode fazer para melhorar na questão da segurança?
Caio França – Segurança é um tema muito forte hoje em dia. Eu penso que, primeiramente, nós precisamos aumentar o efetivo policial e isso é o início de tudo. Além disso, o estado iniciou um processo de ampliar a jornada do policial nas ruas. Mas não pode ficar só na Polícia Militar. Por exemplo, tem muitos distritos que ficam fechados à noite, cidades que têm três distritos por exemplo, como SV, dois deles ficam fechados a noite. Depois das 18h não funcionam. Então, claro que tem alguma coisa errada. Delegacias da Mulher que fecham à noite e no final de semana, sendo que normalmente o crime contra as mulheres ocorrem nesses períodos. Então nós precisamos repensar nisso. Além disso, temos ruas mal iluminadas que facilitam o furto, roubo. Eu estive com o governador e ele reassumiu o compromisso de poder ajudar a custear um projeto em SV, que hoje infelizmente acabou, que é o projeto JEPOM, onde os jovens, que se alistam no serviço militar e não são convocados pelo Exército Brasileiro, são convocados pelo estado e ajudam no patrulhamento, junto com a Guarda Municipal, junto com policiais militares. Então eu acho que é uma rede que a gente tem que fazer com a segurança pública.
Temos também de investir muito na educação. O que podemos fazer para oferecer oportunidades aos jovens e impedir que eles sejam vítimas do crime organizado?
Caio França- Você sabe que a gente fez uma campanha muito forte aqui, o Eduardo Campos era o nosso candidato e acabou falecendo no meio do caminho, mas se tornou um exemplo para nós. Pernambuco tem mais escolas em tempo integral do que SP, Rio e Minas. É um número muito forte. Então, sem dúvida, o estado iniciou o processo de investimento no Ensino Fundamental, Médio e Integral, o jovem entra às 7h30 e saí pelas 17h. Tem o horário normal dele e depois tem uma refeição, começa o reforço e uma atividade extracurricular. É importantíssimo, portanto, que todas as escolas do governo federal sejam de período integral.
Para finalizar, qual a importância na sua vida do Márcio França? O que ele lhe ensinou e pode lhe ensinar, pois você está começando uma carreira politica, já foi vereador, agora é deputado. O que essa experiência tem contribuído pra você?
Caio França – Tem contribuído muito. Fui vereador, disputei uma eleição para prefeito, acho que serviu também de experiência, mas sem dúvida o convívio com meu pai me facilita muito as coisas, ajuda muito, eu sempre me envolvi, gostei, fui presidente do Centro Acadêmico da minha faculdade. Meu pai é um exemplo pra mim, me guia e me norteia por muitas coisas. É claro que, ao longo do tempo, cada um vai tomando seu caminho e a gente vai tendo opiniões diferentes. Mas vai ser sempre alguém em que vou me nortear e, quando eu tiver alguma dúvida, eu sei que tenho uma pessoa experiente e com bastante decência de vida pública para poder me ajudar.
Confira a entrevista completa
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