Aqui no Brasil, já transitou por várias emissoras a cabo, e no momento vai ao ar aos sábado, 20h30, no canal BIS.

No programa, quatro ou cinco atrações de diferentes tendências tocam ao vivo
alternadamente (um sistema copiado pela Globo no “Som Brasil”). 

Quando posso, sempre dou uma conferida. O único senão é que costuma passar com enorme atraso, como foi o caso do sábado passado, quando foi mostrada uma edição de seis anos atrás. Mas tudo bem, até porque graças a isso me deparei com Joanna Newsom. Não conhece?

Trata-se de uma cantora e harpista norte-americana. Seu estilo é único – creio que seja a primeira artista pop a combinar tal fórmula: voz e harpa. E a apresentação da música “Clam, crab, cockle, cowrie” foi sublime. 

Pois desci do céu ao inferno em poucos minutos.

Depois do Jools Holland, passei um tempo zapeando e sintonizei o “Legendários”, na Record – o projeto do Marcos Mion que começou cheio de boas intenções e acabou se transformando num dos mais intragáveis da telinha. 

Estava no palco o funkeiro MC Lon, interpretando um troço intitulado “A festa”.
Não bastasse o funk carioca constituir uma espécie de “anti música” – porque ninguém toca, muito menos canta coisa alguma – o rapaz faz parte da vertente conhecida como “ostentação”. Um conceito imbecil que defende nas letras o “ter para ser”, uma adaptação da famosa citação de Descartes para algo do tipo “tenho, logo existo”.  Infelizmente, este é o papel que nossos programas em tevê aberta (salvo exceções) exercem: disseminadores desse estado de indigência que há tempos tomou conta de nossa música popular.