Veja algumas razões para ficar alerta e manter a doença sob controle:
Mais de 13 milhões de brasileiros têm diabetes, um número que ultrapassa a previsão de diagnóstico da doença para 2030, que era de 12,7 milhões de diabéticos. Doença progressiva e assintomática no começo, o único indicativo nessa fase é o exame de sangue. “Diferente de outras doenças, o diabetes não provoca dor. Até chegar às complicações severas, o paciente pode levar 10, 15 anos”, afirma o endocrinologista Felipe Gaia. Por isso, é importante que os pacientes sejam bem orientados pelos médicos, para que não fiquem relapsos com o tratamento.
Embora atualmente os tratamentos médicos evitem as mortes por coma diabético, a doença afeta diversas funções do organismo que colocam a vida em risco. Ela aumenta as chances de problemas no sistema cardiovascular, pois desencadeia um processo inflamatório nas artérias. Esta inflamação agrava o depósito de gordura nos vasos sanguíneos, gerando as obstruções, ou seja, a aterosclerose, que pode ter consequências graves como acidente vascular cerebral (derrame) e infarto do miocárdio. Outra causa secundária de morte são as complicações renais.
Tipos 1 e 2
O pâncreas do portador do diabetes tipo 1 não produz insulina, o que torna o tratamento mais “trabalhoso”, segundo o endocrinologista Felipe Gaia. “Desde o início temos que fornecer insulina de forma a simular o trabalho do pâncreas”, afirma. Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas ela não consegue atuar corretamente no corpo. “Se a pessoa se cuidar sempre, basta emagrecer e adotar um estilo de vida saudável, incluindo atividade física”, diz o médico. Mas, se o paciente não se cuidar, o pâncreas pode ter a capacidade de produzir insulina totalmente comprometida, como o de um paciente do tipo 1.
Pré-diabéticos – Esta denominação recente é utilizada para designar alguém cujos índices de glicemia e outros indicadores de diabetes ainda não atingiram o patamar para que o paciente seja considerado um diabético, mas que estão muito próximos do limite. É como um sinal de alerta.
Genética – No diabetes do tipo 1 há um forte componente genético, explica o endocrinologista Felipe Gaia. Filhos de uma mãe ou pai diabéticos têm 10% de chances de também desenvolverem a doença. Quando se trata do tipo 2, há uma série de causas, entre elas o fator genético, que deixa a pessoa mais propensa a ficar diabética. “Mas quem se cuida, se alimenta bem e faz exercícios, tem uma relativa proteção”, garante o médico.
Obesidade – É uma das principais causas associadas à doença, pois a alta concentração de gordura no corpo prejudica a ação da insulina. “O pâncreas desenvolve um processo de superprodução de insulina, pois a gordura corpórea impede que este homônimo atue. No longo prazo, este processo, chamado de resistência à insulina, causa uma falha no pâncreas, agravando a saúde do paciente”, comenta o médico. Estudos recentes mostram que mais da metade da população brasileira está acima do peso.
Causa de cegueira – Uma das possíveis complicações de se ter a doença sem controle por um longo período é a cegueira. O diabetes estimula o crescimento de vasos na retina, o que acaba levando a sangramentos. E também pode provocar o descolamento de retina.
Impotência – O diabetes danifica os rins, que não conseguem dar conta de uma quantidade tão grande de açúcar. O excesso de açúcar também afeta os vasos sanguíneos e os nervos, o que causa falta de sensibilidade nas extremidades. “Se afetar os vasos da região peniana, fica difícil encher o pênis de sangue e manter a ereção, assim como pode afetar a sensibilidade”, explica o endocrinologista Felipe Gaia.
Diabetes gestacional – Os hormônios produzidos durante a gravidez dificultam a ação da insulina do corpo. Se a mulher já tem tendência, está acima do peso e tem mais de 35 anos, tem mais chances de que essa resistência seja elevada demais a ponto de se tornar um problema como o diabetes gestacional.
Atividade física – Durante os exercícios, o corpo usa a glicose como fonte de energia, ou seja, a atividade física tem um papel semelhante ao da insulina. Outra vantagem é que exercícios regulares levam à perda de peso, o que ajuda a melhorar o controle do diabetes. A atividade física ainda contrabalança o estresse.
Cigarro – O tabaco é um dos principais fatores para agravar a obstrução das artérias. “Este hábito deve ser interrompido e a rotina do paciente deve mudar, incluindo atividades físicas e uma alimentação balanceada”, propõe Felipe Gaia.
Estresse – Fatores de estresse podem piorar o quadro de diabetes quando já existe o problema, mas isso não significa que o estresse cause o diabetes. O nível de açúcar sobe quando as pessoas ficam nervosas, assim como a adrenalina e o cortisol. Quando o pâncreas está comprometido, ele não aguenta essa elevação.
Restrições alimentares – Segundo o endocrinologista, não existe proibição absoluta ao consumo de doces. “Depois que a pessoa está com um controle bem feito, nada impede que coma um doce eventualmente. O ideal é que seja sempre de sobremesa, porque depois das refeições o açúcar não é liberado no corpo tão rapidamente”, recomenda. Além do açúcar, diabéticos precisam moderar no consumo de carboidratos, encontrados em produtos como batatas, massas, pães, tortas e, em especial, os feitos com farinha branca.
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