É lamentável constatar que, após quase 12 anos no poder, período em que mandou às favas suas principais bandeiras, o Partido dos Trabalhadores tenha de apelar para um discurso no qual procura assustar o eleitor. Mais lamentável, ainda, pelo fato de que o principal líder do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha sido vítima desse mesmo discurso retrógrado nas campanhas eleitorais para a presidência da República. Quem não se lembra do empresário Mário Amato, na ocasião o poderoso da FIESP, dizer que milhares de empresários deixariam o Brasil em caso de vitória de Lula?Pois é, Lula enfim ganhou e os empresários não só continuaram no Brasil como ganharam muito dinheiro, em especial os que atuam na área financeira e em grandes empreiteiras – que depois se transformariam em bons financiadores de campanhas do PT.
O sistema democrático prevê alternância no poder e cabe ao eleitor, e só a ele, dizer quando um determinado grupo político deve ser substituído. Para isso, são realizadas as eleições e os debates políticos, inclusive nos grandes meios de comunicação.
Alguns dizem que o poder corrompe, outros que apenas revela, mas o fato é que o Partido dos Trabalhadores, que prestou um inestimável serviço ao processo de redemocratização do país, está se revelando igual ou pior do que os partidos que tanto criticava no passado, quando era oposição.
O PT governa com a velha oligarquia – Sarney, Collor, Renan e Cia ilimitada -, que tanto avacalhou, e alguns de seus principais dirigentes estão hoje no presídio da Papuda por patrocinarem um dos maiores esquemas da corrupção da história do país.
Sem ter como justificar tais práticas e na falta de bons argumentos, o PT, para se manter no poder, agora apela para a linguagem do medo, da qual, repetimos, foi vítima, e que tanto criticou no passado. É triste, mas, para “os bons companheiros”, os fins justificam os meios.
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