Em Off

Histeria coletiva

09/05/2014Da Redação
Histeria coletiva | Jornal da Orla
O Brasil vive um clima de histeria coletiva e as causas são inúmeras, a começar pela incapacidade do Estado de oferecer condições dignas aos cidadãos que pagam um dos impostos mais altos do planeta. Educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, mobilidade e, para completar, o Poder Judiciário, nada parece funcionar como deveria no país. Nem vamos citar os políticos, cuja imagem, de um modo geral, é a pior possível
A falta de perspectivas, diante de tamanha omissão, estimula a ação do crime organizado e de eventuais “justiceiros”, estes com o aval de jornalistas irresponsáveis, que não percebem a gravidade do momento e que a adoção da política “olho por olho” termina na barbárie. Foi o que aconteceu no Guarujá, onde uma jovem mãe, confundida com uma seqüestradora de crianças que sequer existia, foi espancada até a morte. Uma sequência de lamentáveis equívocos decorrentes desse clima de histeria coletiva.
Fica claro que os “justiceiros” de plantão não são os únicos responsáveis pela morte desta jovem inocente. O mais triste é que não foi o primeiro e nem será o último caso, já que a tendência é de aumento da violência em razão da certeza da impunidade.
A falta de sensibilidade das autoridades constituídas é, provavelmente, o que mais assusta. Ao considerar constitucional a polêmica Lei Geral da Copa, que garante privilégios à FIFA, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luis Fux, justificou-se: “Nem todos são iguais perante a lei”. Pois é, não são, e o STF, por ampla maioria de votos, ratificou a tese de Fux.
Dane-se a Constituição, para quem “todos são iguais perante a lei” e para a qual “todo o poder emana do povo e por ele será exercido”. Sem grandes lideranças e na falta de um amplo debate sobre os principais problemas nacionais, o país segue como um barco sem rumo, caminhando para o salve-se quem puder.
Devemos, em razão de tudo isso, nos preparar para dias ainda mais difíceis e sombrios. Que Deus nos ajude!