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Saúde do coração

11/04/2014Da Redação
Saúde do coração | Jornal da Orla
A morte súbita do ator José Wilker, vítima de infarto fulminante no dia 5 deste mês, deixou muita gente preocupada com a saúde de um órgão essencial para a vida. O coração aguenta muitos “trancos”, mas quando entra em colapso e para sem aviso prévio revela uma fragilidade que assusta. Mas antes de transformar a preocupação em fonte de mais inquietação, lembre-se que a prevenção é o melhor caminho para minimizar os riscos de doenças cardiovasculares, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, são a principal causa de morte no mundo. No Brasil, elas respondem por quase 30% dos óbitos. 

As doenças do coração – hipertensão, colesterol alto, infarto, AVC, aterosclerose, entre outras – são causadas por fatores físicos, emocionais e principalmente pelo estilo de vida da pessoa, por isso são chamadas de multifatoriais. Pelo fato de as doenças cardiovasculares não apresentarem sintomas, muita gente tem alterações e não sabe – por isso é importante fazer os exames regularmente, principalmente se já tem histórico familiar. 

Ataque de surpresa

O infarto fulminante é causado pela morte das células musculares do coração, chamadas miocárdio, devido à falta de suprimento sanguíneo. “Sendo uma doença que demora décadas para apresentar sinais e sintomas, com segurança afirmamos que pode ser prevenida ou, no mínimo, postergada com redução de sua intensidade”, diz o médico Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva e longevidade. Segundo ele, a cada três infartos que acontecem, um é fulminante. “A pessoa nunca teve nenhum tipo de sinal ou sintoma e morre no primeiro episódio. Na verdade, ela “começou” a enfartar 20, 30, 40 anos antes, pois hoje já se sabe, através de estudos, que existem alterações na parede das artérias em crianças de 6 ou 7 anos”, acrescenta.

O que é o infarto

O infarto do miocárdio é a morte de uma região do músculo cardíaco devido à interrupção abrupta, por um coágulo, do suprimento de sangue que através da artéria irriga aquela determinada região. O sintoma mais comum é a dor opressiva, em “aperto”, no centro do tórax, de localização imprecisa, que pode se irradiar para pescoço, costas e braços (a “famosa” irradiação para braço esquerdo é apenas uma das possibilidades). O paciente é em geral acometido deste sintoma nas primeiras horas da manhã ou madrugada, mas pode ocorrer em qualquer horário. Cerca de um quarto dos infartos pode ocorrer sem dor.  Outros sintomas, associados ou não, são os suores, a palidez, sensação de “queimação” no tórax ou porção superior do abdome, mal-estar generalizado, náusea, falta de ar.

Diagnóstico e tratamento
 

A forma mais simples é a combinação de sintomas e alterações características no eletrocardiograma, mas a confirmação é feita através da colheita de sangue na unidade de emergência, para dosagem de certas enzimas que são liberadas na circulação decorrentes da morte do tecido muscular cardíaco e consequente dissolução das membranas das células.
 
O objetivo é obter o mais precocemente possível a “reperfusão” da área atingida, ou seja, reabrir a artéria ocluída e restaurar o fluxo sanguíneo. Uma vez atingido este objetivo, interrompe-se o processo de morte do músculo e a dor desaparece. Quanto mais precoce a reperfusão, maior a quantidade de músculo salvo e melhor o prognóstico do paciente, que dependerá essencialmente da habilidade do músculo cardíaco remanescente em manter a vida do indivíduo sem maiores sacrifícios.

Mude seus hábitos
 
O estresse do cotidiano acompanhado de fatores de risco como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, alto índice de colesterol, sedentarismo, obesidade e histórico familiar de problemas coronarianos podem levar uma pessoa ao infarto, independente de idade ou sexo.
 
O cigarro, por exemplo, aumenta cinco vezes o risco de infarto. A nicotina é um vaso constritor (provoca contração) que reduz o calibre dos vasos sanguíneos e produz lesões na parede que recobre internamente esses vasos. Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 25% das mortes no país causadas por doença coronariana (angina e infarto do miocárdio) e 45% das mortes na faixa etária abaixo de 65 anos por infarto agudo do miocárdio.