TV em Transe

José Wilker e o vazio que fica

09/04/2014Christian Moreno
José Wilker e o vazio que fica | Jornal da Orla
Quando um talento como José Wilker se vai, é normal lamentar-se a perda. Mas no caso específico da dramaturgia brasileira, o vazio deixado por artistas como ele torna este sentimento ainda maior.  
 
Merecedor de todas as homenagens que foram e estão sendo feitas na mídia, Wilker transitava com a mesma naturalidade e competência pelo teatro, cinema e televisão. Numa época em que vemos novos atores dizendo que não gostam de teatro e só lêem por obrigação, tem razão aqueles que temem pelo futuro.

O que será da nossa dramaturgia quando os gigantes que restam se forem? Haverá reposição à altura?
Wilker foi velado no Teatro Ipanema, onde iniciou sua carreira. Hoje em dia, vemos atores sendo revelados em progranas de auditório, reality shows e “Malhações” da vida – onde a imagem é um requisito primordial.

Senão vejamos este exemplo: em entrevista ao jornal “Extra” para falar sobre as mudanças que vai implementar no global “Vídeo Show’, o diretor Ricardo Waddington revelou: “Vamos fazer o concurso Garoto Boogie Woogie para achar um ator para fazer um surfista dos anos 70. De cara, a primeira seleção será pelo físico dele. Aí, vamos tentar fazer dessa pessoa um ator para fazer esse personagem na novela”, disse. O “artista” entrará para o elenco da substituta de “Meu Pedacinho de Chão”, que acaba de estrear na faixa das 18 horas.