Fronteiras da Ciência

As duas escolhas

16/01/2014
As duas escolhas | Jornal da Orla
Joel era o tipo do cara que você gostaria de conhecer. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer. Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta era:
-Se melhorar, estraga!
Ele era um gerente especial, em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes. Ele era um motivador nato. Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Joel estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação. Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia perguntei:
-Você não pode ser uma pessoa tão positiva todo o tempo. Como  você faz isso?
-A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: Joel, você tem  duas escolhas hoje. Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu  escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo de ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o   ocorrido. Eu escolho aprender algo.  Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação  ou mostrar o lado positivo da vida.
-Certo, mas não é fácil – argumentei.
-É fácil, sim! A vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece  escolha. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como  as pessoas afetarão o seu humor. É sua a escolha de como viver  a sua vida.
Eu pensei sobre o que Joel disse e sempre lembrava dele quando  fazia uma escolha. Anos mais tarde, soube que Joel cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes.
Dominado, enquanto tentava abrir o cofre, sua mão, tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo. Os ladrões entraram   em pânico e atiraram nele. Por sorte, ele foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para  um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas  alojadas em seu  corpo. Encontrei Joel mais ou menos por acaso. Quando perguntei como  estava, respondeu:
-Se melhorar, estraga!
Contou-me o que havia acontecido perguntando:
-Quer ver minhas cicatrizes?
Recusei ver seus antigos ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia  passado em sua mente na ocasião do assalto.
-A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de  trás. Então, deitado no chão, ensangüentado, lembrei  que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver.
-Você não estava com medo?
-Os paramédicos foram ótimos. Eles me diziam que tudo ia dar certo  e que eu ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi  a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus  lábios eu lia: “esse aí já era”. Decidi então que tinha que fazer  algo.
-O que fez?
-Bem, havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi: “sim”.  Todos pararam para ouvir a minha resposta. Tomei fôlego e  gritei:  “Sou alérgico a balas!” Entre as risadas, lhes disse: “Eu estou escolhendo viver,  operem-me como um ser vivo,  não como morto”.
Joel sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas também  graças à sua atitude. Aprendi que todo dia temos a opção de viver  plenamente. Afinal de contas, “ATITUDE É TUDO”. E você, como escolhe viver sua vida???
[autor desconhecido]